
por Sulamita Esteliam
Recolhi-me do meu fazer de escriba por três dias. Um raio de ignorância me pegou na contramão.
Dei-me o tempo mínimo para refletir sobre o que é feito do ser humano.
Por que não consegue alcançar a compaixão?
Que poder é esse que nos despe de humanidade?
Aonde foi parar o amor que tem no respeito ao outro, ao ser, o princípio da vida!?
O sentido da autoridade e da supremacia acima de todas as coisas nos trouxe ao caos.
Aos crentes pode levar ao inferno.
Então…
Antes que eu me esqueça, hoje é celebrado o Dia dos Pais.
Meu abraço a todos dignos do nome. Especialmente aos paipães e às mãepais.
Saúde, energia boa, alegria e equilíbrio, virtudes essenciais à vida.
Que a temperança se faça guia permanente. Suas crias hão de ser gratas eternamente.
A proposito, replico poema de minha autoria, publicado em agosto de 2014 aqui no blogue, minha homenagem aos pais de todas as gerações:
Esses Pais

O pai de ontem
provia nossos medos,
mantinha à chave os nossos sonhos,
dispunha nossos caminhos.
– Trocava amor por respeito.
O Pai de outrora
tropeçava na força,
regulava carinhos,
presumia afeição.
– Era nosso algoz, e nosso herói.

O pai de nossos quereres
curvava nossas vontades,
habitavam o Olimpo.
– Rivalizava com os deuses.
Outro é o pai de nossos filhos, de nossos netos.
O pai de hoje despiu a toga
e vestiu-se de mágica humanidade.
– Tem cheiro de leite e gosto de colo.
O pai de agora escuta,
divide e participa;
reivindica espaço.
– Traz o zelo na palma da mão.
O pai de nossos amores
trabalha para ser
outro herói.
– O pai que carrega um útero no coração.