por Sulamita Esteliam
D0rmi mal a noite passada. Sonhei com um rio de águas turvas e alta correnteza, afogamentos e ressuscitação de mortos.
Tudo a ver com o contexto de Pindorama.
E ainda bem que a possibilidade de renascer está no roteiro, ao menos do meu sonho. Pois a realidade é que o rio não está para peixe.
Num País em que juízes e promotores esgrimam suas certezas à revelia da Constituição Federal, a lei de todas as leis, aonde vamos parar?
Num País onde juízes e promotores achacam o Supremo e o colocam contra a parede, em que acreditar?
Num País em que a figura-mor da Corte Jurídica vai à TV para pedir calma e serenidade acima das convicções ideológicas.
Ela que aceita receber representantes do sistema judiciário contra o direito constitucional da presunção da inocência?. Isso depois de receber investigados fora da agenda, num domingo qualquer, de cabelos escorridos e cara lavada…
Ela que manobrou para fulanizar o referido direito ao recusar-se a colocar em julgamento a decisão em que o próprio STF trouxe à mesa a insegurança jurídica, agora paga de magnânima?
A corte que preside é guardiã da Carta Magna, e jogou no limbo o princípio de que ninguém é culpado até prova em contrário, esgotados todos os recursos.
Que País é este onde um promotor age como fariseu e chama a fé como espada para degolar o adversário?
O que há com o ensino do Direito neste País!? Aonde “a arte do bom e do equitativo”!?
Na antevéspera do julgamento do Habeas Corpus de Lula pelo STF , acompanhar o notíciário dá engulhos semelhantes ao de alguém que mistura uísque com cerveja e vinho num regab0fe caseir0.
A lei é para todos, e a justiça para quem merece? Em que critério se baseia o é isso, mas não é aquilo?
Por exemplo, a Sky, uma concessionária de serviços de telecomunicações liberou oficialmente seus empregados para as manifestações do Vem Pra Rua, neste 3 de abril: Ou você vai, ou ele volta.
É o tal negócio, se a Globo faz, por que não a Sky?
Ora, trata-se de uma empresa multinacional, que se acha no direito de se meter na política, às escancaras, e está sujeita às limitações legais. Como mostra o coletivo Jornalistas Livres.
Fariseus e escribas contra a divindade que vem do povo, e em nome do povo se consumará.
A Semana Santa se encerra no domingo de Páscoa, mas em terra brazilis o calvário está longe de terminar. A crucificação tende a incendiar os ânimos até o juízo final.
Para renascer é preciso morrer primeiro.
Cabo de guerra jurídico à parte, o termômetro da semana vem das ruas. E lá que é o lugar de quem se preocupa, não apenas com o direito do cidadão Lula, mas com a democracia deste País.
Em Brasília e nas capitais do Brasil, há atos pela restauração democrática e contra a barbárie jurídica e o fascismo que se instalaram no País.
Começou em Curitiba, repetiu-se pelo Rio de Janeiro, nesta segunda, e continua dias 03 e 04 de abril nos sete cantos destas plagas.
Ou vamos resistir, ou vamos todos nos refestelar no banquete de hipócritas, como na canção de Zé Geraldo.
A ceia nada santa do sistema de privilégios, tão bem desenhado por Renato Aroeira, ao custo de nossa própria pele.
Ou, se preferem, relendo Stanislaw Ponte Preta e sua célebre frase: “Ou restaure-se a moralidade, ou nos locupletemos todos”.
Digo que o pau que dá em Chico, também dá em Francisco.
Fico por aqui, porque a paciência hoje está no limite. E o raciocínio turva, como as águas do rio do meu sonho.
PENSAMENTO…CHULO?
> https://gustavohorta.wordpress.com/2018/04/02/pensamento-chullo/
Taquipariu quanta merda pode caber dentro de uma fossa negra?
Impressionante.
É muita merda…