STF confirma o que a gente já sabia: Gleisi é inocente!

Imagem capturada no Twitter/Gleisi Hoffmann
por Sulamita Esteliam

A Ação Penal 1.033 é improcedente. Gleisi Hoffmann, senadora e presidenta Nacinal do PT é Inocente da acusação que lhe foi imputada de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Paulo Bernardo, ex-ministro dos governos Lula e Dilma, seu marido, é inocente. Inocente também é o empreiteiro acusado de corruptor de ambos, Ernesto Kugler Rodrigues.

Decisão unânime da 2ª Turma do STF, com o voto decisivo do ministro Ricardo Lewandowisky, que a preside.

A ver o que acontece com o julgamento do recurso pela liberdade do ex-presidente Lula, a ser julgado pela mesma turma na terça, 26. Não se pode perder a esperança, mas também não convém alimentar muitas expectativas. O golpe segue em processo.

Ou, como define com propriedade o colega Fernando Brito em postagem no Tijolaço:

“A máquina de moer reputações engasgou na hora de devorar Gleisi, mas continua funcionando a todo o vapor.”

Mas, “enfim, um pouco de Justiça”, comemora no Twitter o colega senador Lindbergh Farias, líder do PT no Senado.

Por três votos a dois, Gleisi também foi eximida da armação contorcionista do relator Edson Fachin de tentar enquadrá-la em crime de caixa 2, acusação que não constava do processo.

Um tributo covarde à opinião publicada da mídia mídia venal, para não ser imprensado como negador do lavajatismo dominante, onde prova é o que menos interessa numa condenação.

O ministro Celso de Mello acompanhou o relator. Dias Toffoli e Gilmar Mendes fecharam pela absolvição total, confirmada por Lewandowski.

O voto do presidente da segunda turma pode ser resumido na frase publicada no twitter/STF Oficial:

“Não há nos autos elementos externos de corroboração que confirmem, de forma independente e segura, as informações prestadas pelos colaboradores premiados em seus depoimentos.”

A senadora foi acusada de receber de R$ 1 milhão de reais para a campanha eleitoral ao Senado em 2010, através de seu marido, então ministro do Planejamento do governo Lula, Paulo Bernardo. A perspectiva de ela beneficiar a empresa de Ernesto Kugler Rodrigues, em contratos futuros na Petrobras era a única “sustentação”.

Tudo, a partir de depoimentos cruzados e contraditórios de delatores. Dentre eles, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.

Lewandowisky confirma o entendimento que já vinha sendo pregado pela defesa da senadora, por ela própria e por juristas de vários quadrantes: não há provas nos autos que sustentam as acusações dos delatores. Um processo que se caracteriza como uma verdadeira “aberração jurídica”, sem qualquer fundamento.

Afora o pesadelo de quase quatro anos na vida da senadora e de sua família, na vida de todos os acusados e suas famílias. Além da insegurança coletiva que gera um sistema policial e de Justiça degringolado. Além de tudo isso, há o desperdício de tempo, dinheiro público e paciência cristã.

Quando o julgamento foi marcado, Gleisi se disse aliviada e mostrava a confiança dos que nada devem e, portanto, nada temem:

“Há quatro anos aguardo o desfecho desta trama. Nada vai apagar o sofrimento causado a mim e à minha família, os danos à minha imagem pessoal e política, mas vejo com alívio o dia em que a Justiça terá a oportunidade de me absolver e restaurar a verdade.”

Ao longo do dia, enquanto acompanhava o noticiário, via mídias sociais, e dialogava com pessoas de ene grupos profissionais e de militância dos quais participo, voltou-me a questão que têm nos afligido, diuturnamente: temos que nos defender em várias frentes de batalhas ao mesmo tempo, pois estamos sendo atacados por todos os flancos, com artilharia pesada.

Por nós, entenda a resistência democrática e cidadã nesses tempos sombrios que se abatem sobre todos que perfilam por um Brasil mais igualitário, mais democrático e soberano.

Não que a democracia, em si, seja a panaceia para todos os males. Mas há de se convir que, dentre todos os regimes ou sistemas políticos, é o menos ruim, uma vez que, teoricamente, atribui ao povo o exercício da soberania, através do voto.

Todavia, até isso nos tiraram.

O poder da escolha dos nossos governantes nos foi surrupiado com o impeachment fraudulento da presidenta Dilma Rousseff, a legítima. E continua nos sendo negado com a perseguição jurídico-política que encarcerou o mais popular dentre todos os candidatos à Presidência da República, o ex-presidente Lula.

Não basta garfar nossos direitos, nossas riquezas, nossa soberania, coloca  sob ameaça todos aqueles que se opõe ao desmonte. Põe na berlinda as lideranças políticas do maior partido de esquerda da América Latina – por mais que se tente destruí-lo ou mesmo que se coloque em xeque sua posição no espectro ideológico.

Gleisi Hoffmann é mais uma que tentaram calar pela injúria. Ela que enfrentou com garra seus detratores, defendeu com vigor o mandato da presidenta Dilma e agora, para além da voz do partido, tornou-se a voz de Lula que ecoa do lado de fora da prisão.

Desdigo. Há que manter acesa, sim, a esperança. E o nosso combustível é verbo.

Ouça o que a senadora Gleisi Hoffmann diz sobre a farsa do processo montado em cima das acusações de delatores condenados, porque réus confessos.

Um comentário

  1. Republicou isso em Gustavo Hortae comentado:
    O CARA TÁ PRESO! DÁ PRA ACREDITAR? O CARA TÁ PRESO.
    > https://gustavohorta.wordpress.com/2018/06/20/o-cara-ta-preso-da-pra-acreditar-o-cara-ta-preso/

    … …
    …Porém, como se pôde ver, através de ação contundente do MST comandado pelo sr. Boulos, não houve reforma nenhuma no apartamento dos infernos.

    Mas, como assim?

    Os peritos do Ministério Público não teriam realizado uma vistoria no apartamento dos infernos? O juiz tendencioso, parcial, farsante e trapaceiro emitiu uma sentença condenatória de 9 anos e alguns meses para o cara cumprir em regime fechado sem verificação in loco das acusações apresentadas através de algum de seus prepostos? Os promotores, tão dados e afeitos a jejuns, penitências, orações, pregações evangélicas e técnicas eletrônicas, “powerpoint”, por exemplo, também não teriam feito uma vistoria no local?

    Por que não mandaram para lá, para fazer uma perícia, aquele policial federal, o japonês da federal, que, aliás, parece estar envolvido em contrabando, com condenação em primeira instância, e que hoje preside um partido político lá no Paraná (sempre lá) e será candidato a cargo eletivo em 2018? Por que não mandaram para lá, para fazer uma perícia, aquele delegado da Polícia Federal que gosta de atirar com pistola 9 mm em manifestantes durante as noites e também é afeito a fazer pichações a favor de um determinado candidato à presidência da República (um tal de boçalnaro) no ano de 2018?

    Será que não havia nenhum policial federal ou delegado da Polícia Federal disponível para uma averiguação naquele apartamento dos infernos, o tal triplex do Guarujá?… …

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