
por Sulamita Esteliam
Memória, provado está, é para poucos. Ou o Brasil não teria feito presidente o lamentável ocupante do Palácio do Planalto, a rigor, pelos próximos quatro anos.
Então, a gente dá uma ajudazinha, a título de refresco.
Aliás, o sítio do PT oferece matéria comparativa sobre os 10 primeiros dias de governo Lula com o do atual ocupante do Planalto. Prepare sua cabeça e seu coração, porque a diferença é brutal.
Euzinha vi, com estes olhos que a terra não há de comer, e não me esqueço. Escolho dois exemplos, que descrevo na sequência, a partir da minha Macondo de coração.
Há 16 anos, no dia 10 de janeiro de 2003, o primeiro presidente operário da História do Brasil trouxe sua equipe, 30 dos 34 ministros, para ver de perto o povo das palafitas de Brasília Teimosa, na beira-mar do Pina, no Recife.
Três anos depois, Lula voltou para, junto com o prefeito João Paulo (PT), para entregar casas de alvenaria para a população removida e batizar a orla revitalizada, Brasília Formosa.
Em 2003, antes de emocionar a comunidade de pescadores na Zona Sul do Recife, Luiz Inácio Lula da Silva e sua comitiva estiveram em Terezina, no Piauí. Na comunidade Irmã Dulce, viram de perto o que era a miséria, a pobreza extrema.
Mais do que um gesto simbólico, ou mesmo de “populismo” – no mau sentido, como quiseram rotular – foi um recado claro das prioridades de seu governo. Armas assinaladas na campanha, referendadas no discurso de posse e no primeiro ato de governo, com a criação do programa Fome Zero.
Um ano depois, no dia 09 de janeiro de 2004, nascia o Bolsa Família. Doze anos passados, o programa havia retirado 36 milhões de brasileiros e brasileiras da miséria.
Bolsa preguiça, uma ova! Âncora, sim, para a cidadania de milhões de trabalhadores, 75% dos beneficiários adultos do programa.
Passaram a contar com o auxílio do Estado para oferecer uma vida digna à sua família. O que inclui educação e saúde, contrapartidas para o benefício.
E boa parte deles saíram voluntariamente do programa, quando livraram o pescoço da forca.
Apesar dos preconceitos, eivados pela desinformação, tornou-se modelo de combate à pobreza extrema, via transferência de renda e de inclusão social no mundo. Inclusive com as bençãos da ONU.
O perfil @LulaOficial do ex-presidente no Twitter lembrou os 15 anos do programa.
Digam o que quiserem, mas penso que se, durante a minha infância, a de meu irmão e irmãs, minha minha mãe tivesse tido acesso a benefício desse tipo, nossa vida teria sido outra. Teríamos crescido e derrubado barreiras com menos sacrifícios.
Euzinha, por exemplo, não teria começado a trabalhar aos 11 anos e a estudar à noite aos 14 anos, para ter o dia livre para o labor. Minha mãe não teria que bater o pedal da máquina de costura, dia e noite, para inteirar as minguadas pensão de viúva e aposentadoria por invalidez.
E há o incremento à economia: para cada um real investido no Bolsa Família, o PIB cresce um real e setenta e oito centavos.
Teriam sido milhões a mais, não fosse o segundo governo Dilma Rousseff ter sido brecado pelo golpe parlamentar-midiático-judicial, abrindo a senda para malefícios em profusão.
O desgoverno usurpador reduziu o programa, ceifou empregos e trouxe a fome, a desnutrição e a mortalidade infantil de volta. O governo promete botar abaixo o que sobrou.
O Brasil era feliz e sabia, mas se esqueceu…
Triste Brasil.