Fala, Lula! El País e Folha de São Paulo nos ajudam a matar a saudade do ex mais querido, invejado e temido do Brasil

Lula na primeira entrevista no cárcere – Foto; Isabella Lanave
por Sulamita Esteliam

Depois de longa batalha judicial – clique para ver como a banda toca -, com pendengas até entre os ministros da Corte Suprema, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pôde, finalmente, conceder a primeira entrevista desde seu encarceramento numa sala da Polícia Federal em Curitiba.

Lula falou aos jornalistas Florestan Fernandes Júnior, do El País, e Mônica Bérgamo, da Folha de São Paulo. A entrevista durou cerca de duas horas e nos trouxe de volta o Lula que sempre foi: sagaz, divertido, provocador, emotivo, abusado (termo pernambucano para ousado), senhor do seu próprio destino, ainda que privado da liberdade física.

Ideias não se aprisionam. E é isso que pira seus algozes e desconcerta os comuns dos mortais. Salve, Lula!

O A Tal Mineira pincelou algumas frases da entrevista – a íntegra do que foi publicado pela versão brasileira do jornal espanhol você lê – aqui 

– (…) Eu ficarei preso 100 anos, mas eu não trocarei a minha dignidade pela minha liberdade.

– Quero provar essa farsa montada contra mim. Eu adoraria estar em casa com a minha mulher, com meus filhos, netos, com meus companheiros. Mas não faço nenhuma questão, porque eu quero sair daqui com a cabeça erguida como eu entrei. Inocente. E eu só posso fazer isso se eu tiver coragem e lutar por isso.

Eu tenho certeza de que durmo todo dia com a minha consciência tranquila. E tenho certeza de que o Dallagnol não dorme, que o [ministro da Justiça e ex-juiz Sergio] Moro não dorme.

– Imagine se os milicianos do Bolsonaro fossem amigos da minha família?

– O que não pode é esse país estar governado por esse bando de maluco. O país não merece isso e sobretudo o povo não merece isso.

– Onde o Guedes fez o curso de economia dele? Um país que não gera emprego, não gera salário, não gera renda, quer pegar dos aposentados, dos velhinhos, um trilhão? O Guedes precisava criar vergonha.

– O país está subordinado à ingovernabilidade. Ele até agora não sabe o que fazer, e quem dita regras é o Guedes.

– E eu tinha certeza e estava com um orgulho muito grande de ganhar as eleições de dentro da cadeia. É importante lembrar que eu cresci 16 pontos aqui dentro [preso em Curitiba], sem poder falar.

– Tivemos uma eleição atípica no Brasil. Vamos ser francos. O papel do fake news na campanha, a quantidade de mentira, a robotização da campanha na Internet foi uma coisa maluca. E depois a falta de sensibilidade dos setores de esquerda de não se unir. 

O Vavá (ATM: o irmão falecido em 29 de janeiro deste ano) é como se fosse um pai pra família toda. E a morte do meu neto (ATM: Arthur, de 7 anos, dia 1º de março, de infecção bacteriana) foi uma coisa que efetivamente não, não, não… [pausa e chora]. Eu às vezes penso que seria tão mais fácil que eu tivesse morrido. Porque eu já vivi 73 anos, eu poderia morrer e deixar meu neto viver.

Assista aos vídeos de parte da entrevista publicados pelo El País:

 

Em tempo: neste domingo, 28, na Praça do Papa em Beagá, o Coral de Mil Vozes volta a se reunir e soltar as vozes pela liberdade de Lula, com a presença do saxofonista Fabiano Leitão, que há um ano cruza o Brasil tocando o bordão mais famoso deste país: “Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula…!”

Só porque hoje é sexta,, agrego uma sobremesa, enviada pelo maridão lá do Recife. Faço minhas as palavras dele: veja se reconhece música de abertura do show Mark Knopler em Sevilha, 2015:

Bom fim de semana. E #LulaLivreJá!

 

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