por Sulamita Esteliam
Euzinha venho cantando esta bola faz tempo: a solução para o desmantelo em que se meteu o Brasil é anular a eleição presidencial fraudulenta. Não faltam elementos para isso, mas os partidos de oposição pareciam inertes quanto ao foco essencial: cobrar do TSE atitude nesse sentido.
Não bastassem as revelações da #VazaJato, e da Folha de São Paulo logo após a apuração dos votos, agora vem o próprio WhatsApp confirmar aquilo que todos sabemos e só a Justiça parece não querer enxergar: houve disparo em massa de mensagens contra o adversário do eleito, o que caracteriza violação das regras do aplicativo e crime eleitoral segundo as leis brasileiras.
Tudo isso sem contar o laranjal farto no quintal do ora ocupante da Presidência da República, a espalhar odores irrespiráveis; e não é de agora. A Folha da segunda, 7 traz farto material a respeito, como mostra o Tijolaço – e traduz a charge do Renato Aroeira.
Não vou me estender. Transcrevo matéria publicada pelo ViOMundo nesta terça:
WhatsApp admite uso de disparos em massa no Brasil, Chico Alencar pede que eleição seja anulada e Bolsonaro clama por intervenção divina na mídia
da redação do ViOMundo
TSE veda uso de ferramentas de automação, como softwares de disparo em massa. Empresários contrataram disparos a favor e contra candidatos, sem declarar esses gastos à Justiça Eleitoral, o q configura crime de caixa 2. Alô,
@TSEjusbr a eleição é FRAUDULENTA e precisa ser ANULADA. Chico Alencar, ex-deputado federal (Psol-RJ).
BOMBA: O WhatsApp admite, pela primeira vez, envio maciço ilegal de mensagens contratadas por empresas nas eleições brasileiras de 2018. E agora, Bolsonaro? Mais um fato que deve ser investigado pela CPI das Fake News! Erika Kokay, deputada federal (PT-DF).
O WhatsApp admitiu pela primeira vez que disparos em massa foram utilizados durante a campanha eleitoral de 2018 no Brasil.
A informação é da Folha de S. Paulo.
A admissão foi feita por Ben Supple, gerente de políticas públicas e eleições globais da plataforma.
“Na eleição brasileira do ano passado houve a atuação de empresas fornecedoras de envios maciços de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um grande número de pessoas”, afirmou o executivo, de acordo com a repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo.
Hoje, mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro pediu em oração que ajude a imprensa, ao deixar o Palácio do Alvorada:
“Deixa eu orar aqui agora. Meu Deus -– não sou pastor, não. Meu Deus, salve, lave a cabeça dessa imprensa fétida que nós temos. Lave a cabeça deles. Bote coisa boa dentro da cabeça deles”, afirmou Bolsonaro, ao gravar um vídeo para sua base evangélica.
O presidente desenvolve contato direto com seu eleitorado — cerca de 30% dos entrevistados em pesquisas — através das redes sociais, especialmente de transmissões no Facebook e conteúdo impulsionado por robôs.
O universo paralelo do bolsonarismo também se vale de militância digital que, segundo o ex-deputado do PSL Alexandre Frota, recebe apoio direto e indireto da família presidencial em um bunker situado em Brasília.
De acordo com denúncia da Folha, empresários compraram disparos contra o adversário de Jair Bolsonaro, o petista Fernando Haddad, sem declarar os valores oficialmente na campanha do candidato — o que poderia caracterizar uso de caixa dois.
O caso está em apuração.
No Congresso, uma CPI das Fake News tem sido combatida frontalmente por integrantes do PSL, partido de Bolsonaro, que dizem tratar-se de tentativa de censura.
Se Bolsonaro for cassado antes de completar a metade do mandato, novas eleições seriam convocadas pelo TSE. Caso contrário, assumiria o vice Hamilton Mourão.
Porém, além de contar com um terço do eleitorado, o presidente tem forte apoio do dinheiro grosso, que inclui dos grandes bancos a emissoras de televisão e mineradoras — os empresários aprovam o arrocho salarial, o assalto a direitos dos trabalhadores e a entrega do patrimônio público brasileiro a preço de banana.
O presidente costurou acordos com o Centrão no Congresso através do MDB e no Supremo Tribunal Federal através dos ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes, mas também depende da conjuntura econômica para se manter no poder, por conta da suspeita de envolvimento da família presidencial e do seu entorno com atividades criminosas.