
por Sulamita Esteliam
É só falar no capeta que ele aponta o rabo, como se dizia antigamente. Pois não é que o Juan Gaidó deu as caras, por vias tortas, em pleno setor das embaixadas em Brasília. Exatamente no dia em que se inicia, na capital federal, a Cúpula dos Brics. O nome disso é terrorismo.
Coincidência é que não é. Embaixadas dos países não-alinhados com o regime de espoliação do povo, também estão sendo invadidas em outras plagas, como a conturbada La Paz, capital da Bolívia, por exemplo.
Lá, em meio a conflagração nas ruas, onde o povo se recusa a aceitar o golpe civil-militar que obrigou Evo Morales a renunciar, o MAS tenta retomar a institucionalidade.
O partido, que tem maioria no Congresso, decidiu ignorar a autoridade usurpada pela autoproclamada presidenta Añez. Ao mesmo tempo em que desconhece a renúncia presidencial, do vice Álvaro Garcia Linera e da presidenta do Senado, Adriana Salvatierra.
Prova de que o acaso não vai nos proteger se andarmos distraídos. Ao contrário, ele é bem filho pródigo das oportunidades mal-enjambradas.
De volta ao Brasil acordei esta manhã com o alerta do Marcelo Zero, jornalista assessor da Liderança do PT na Câmara, num grupo de ativistas no zap-zap, sobre a invasão da Embaixada da Venezuela. Deu-se na madrugada, quando um grupo pulou o muro. Leia o que ele escreve na Revista Fórum.
Os invasores seriam milicianos partidários de Gaidó e brasileiros do mesmo diapasão. Cerca de 20 pessoas. Mais tarde se soube que a milícia teria o apoio informal do desgoverno brasileiro de plantão. O que não seria de estranhar-se, dado que quem prega o terraplanismo também reconhece governos ilegítimos, daí que…
Ocorre que o terreno da diplomacia não é uma bandinha onde cada país faz o que quer. Há regras e convenções a serem respeitadas, do contrário que cada qual arque com as inconsequências.
É mais um constrangimento internacional pelo qual o Brasil passa, jogando fora 200 anos de construção de relações diplomáticas, É vergonhoso e inadmissível.
Precisou chegar o início da tarde para que, alertado pela ONU da sua responsabilidade de proteger as embaixadas em território brasileiro, e sobre consequências de descumprir a Convenção de Viena, o capiroto viesse a público classificar como ilegal a patranha.
À essa altura já aplaudida pelo 02, deputado que sonhou um dia ser embaixador e agora quer governar qualquer estado que o aceite em suas fileiras. A milícia digital fez coro.
O capiroto falou, o GSI – Gabinete de Segurança Institucional soltou uma nota anódina, repudiando o ato, mas o Itamaraty não tomou qualquer providência. E a Polícia Militar, convocada à embaixada pelo adido militar venezuelano, não tinha qualquer instrução para agir.
Resultado, alguns dos assaltantes foram tirados na mão pelos funcionários do governo Maduro, auxiliados pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do PT na Câmara.
Os deputados Glauber Braga e Sâmia Bonfim (PSol-RJ), também se fizeram presentes e, junto com Pimenta, permanecem na representação diplomática.
Eles cobram atitude do Itamaraty para retirada dos invasores restantes e avisam que não arredam pé até que tudo se resolva.
Até o momento desta postagem, tudo que se tem é a cavalaria postada em frente à Casa da Venezuela no Distrito Federal.
E os invasores, ou parte deles, fugindo pelos fundos da embaixada, com o beneplácito da PM.
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