
por Sulamita Esteliam*
A história se repete: como em 2019, o ministro Ives Gandra, do TST – Tribunal Superior do Trabalho, gora não mais na condição de presidente, julgou ilegal a greve dos petroleiros que completou quatro dias nesta terça-feira, 04 de fevereiro. De sábado, 1º até então, a paralisação cresceu e atinge cerca de 17 mil funcionários nas 30 unidades da estatal.
Gandra impôs multa de R$ 500 mil por dia a três sindicatos e à FUP – Federação Única dos Petroleiros, caso não respeitem a ordem de retorno ao trabalho de 90% da categoria.
A multa se aplica aos sindicatos do Norte Fluminense, Bahia, Espírito Santo, além da FUP. Para os sindicatos menores a sanção é de R$ 250 mil/dia, mantida a greve.
Para variar, o ministro acata as alegações da Petrobras de que a greve é abusiva. A empresa entrou com um dissídio coletivo na segunda-feira, mas foi dela a decisão unilateral de não negociar, inclusive mantendo dirigentes em cárcere privado em unidades do Paraná, de Minas Gerais e na própria sede da empresa.
Numa sala da sede se encontram cinco dirigentes da Comissão Permanente de Negociação da FUP, que ficaram sem água potável, energia e alimentos de sábado até segunda-feira, bloqueados pela empresa.
Enquanto isso, na mídia venal, silêncio.
Lá fora, trabalhadores da empresa e familiares dos grevistas e ativistas dos movimentos sociais se mantêm em vigília permanente. O mesmo acontece em Araucária, em frente à Fafen – PR e a sede da Petrobrás.
A greve, segundo os trabalhadores é pela manutenção do acordo coletivo de trabalho, suspensos pela Petrobras. Protestam, também pelo fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná, o que acarretará milhares de demissões, que devem começar no próximo dia 14, caso não sejam revertidas.
Os petroleiros rechaçam a alegação de “prejuízo operacional” feita pela direção da empresa, uma vez que se trata de uma subsidiária. Segundo eles, o déficit é meramente contábil.
Assista à entrevista concedida ao GGN na manhã desta terça.
*com informações do Jornal GGN, Brasil de Fato e FUP
Um comentário