Ah, se todos fossem petroleiros, esse Brasil tiraria o pé da lama…!

O mote petroleiro: “Não estamos à venda!” – Foto: FUP
por Sulamita Esteliam

Nesta terça, a greve dos petroleiros, que já dura 18 dias, saiu no noticiário global. É que o TST decidiu pela sua ilegalidade, atendendo ao pedido da direção da empresa.  Nada mais típico da mídia venal nativa .

Verdade seja dita, não decisão coletiva do TST, onde se manifesta o contraditório, mas uma decisão monocrática e autoritária, bem no estilo Yves Gandra de ser. A martelada dá à Petrobras o direito de demitir grevistas, inclusive os concursados.

A FUP vai recorrer, porque greve, afinal é direito do trabalhador constitucionalmente assegurado. É um direito coletivo, instrumento de negociação, uma vez que o capital tem mais poder de barganha do que a mão de obra.

Ademais, é preciso lembrar que a paralisação foi provocada por descumprimento do acordo coletivo de trabalho, inclusive do que toca à demissão em massa,

Ao contrário do ministro do TST, que reservou para si a primazia da arbitragem – mais uma vez contra os petroleiros – o Fórum Internacional do Trabalho atesta a legalidade da greve.

Em nota pública, o fórum, que reúne entidades de juízes, procuradores e demais magistrados defende os “direitos sociais, das instituições públicas do mundo do trabalho aptas a dar-lhes eficácia, do respeito às organizações sindicais e aos instrumentos coletivos de negociação”.

Trabalhadores da Fafen-PR reunidos na empresa em Araucária – Foto: Gibran Mendes – CUT-PR

Hoje, o TRT do Paraná decidiu suspender as demissões da subsidiária da Petrobras em Araucária, estopim do movimento. Suspensão temporária, até 6 de março, com visitas ao estabelecimento de acordo entre as partes.

Três centenas e meia de trabalhadores da Fafen-PR e mais 600 terceirizados ganham sobrevida. Sorte que não tiveram os 144 que já receberam o bilhete azul.

Enquanto isso, os petroleiros se reúnem em frente à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, na Vigília de Resistência petroleira, apoiada por outras categorias de trabalhadores e pelos movimentos sociais. Caravanas  todo o país desembarcaram na terra de São Sebastião para apoiar a greve e protestar contra a criminalização do movimento.

No 18º dia, a greve soma cerca de 21 mil trabalhadores em 121 unidades do Sistema Petrobras. A mobilização segue emm13 estados do país para que a direção da empresa atenda a pauta da categoria.

O quadro abaixo retrata o movimento Brasil afora,apesar de…, o que nos leva, inevitavelmente, a desejar que todos fossem petroleiros neste Brasil mergulhado em lamaçal espesso, grudento e fétido!

Quadro nacional da greve – 18/02

21 mil petroleiros mobilizados em 121 unidades do Sistema Petrobrás

58 plataformas

11 refinarias

24 terminais

8 campos terrestres

8 termelétricas

3 UTGs

1 usina de biocombustível

1 fábrica de fertilizantes

1 fábrica de lubrificantes

1 usina de processamento de xisto

2 unidades industriais

3 bases administrativas

A greve nos estados

Amazonas

Campo de Produção de Urucu

Termelétrica de Jaraqui

Termelétrica de Tambaqui

Terminal de Coari (TACoari)

Refinaria de Manaus (Reman)

Ceará

Plataformas – 09

Terminal de Mucuripe

Temelétrica TermoCeará

Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor)

Rio Grande do Norte

Plataformas – PUB-2 e PUB-3

Ativo Industrial de Guamaré (AIG)

Base 34 e Alto do Rodrigues – mobilizações parciais

Pernambuco

Refinaria Abreu e Lima (Rnest)

Terminal Aquaviário de Suape

Bahia

Terminal de Camaçari

Terminal de Candeias

Terminal de Catu

UO-BA – 07 áreas de produção terrestre

Refinaria Landulpho Alves (Rlam)

Terminal Madre de Deus

Usina de Biocombustíveis de Candeias (PBIO)

Espírito Santo

Plataformas: FPSO-57 e FPSO-58

Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR)

Terminal Aquaviário de Vitória (TEVIT)

Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC)

Sede administrativa da Base 61

Minas Gerais

Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité)

Refinaria Gabriel Passos (Regap)

Rio de Janeiro

Plataformas – PNA1, PPM1, PNA2, PCE1, PGP1, PCH1, PCH2, P07, P08, P09, P12, P15, P18, P19, P20, P25, P26, P31, P32, P33, P35, P37, P40, P43, P47, P48, P50, P51, P52, P53, P54, P55, P56, P61, P62, P63, P74, P76, P77

Terminal de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB)

Terminal de Campos Elíseos (Tecam)

Termelétrica Governador Leonel Brizola (UTE-GLB)

Refinaria Duque de Caxias (Reduc)

Terminal Aquaviário da Bahia da Guanabara (TABG)

Terminal da Bahia de Ilha Grande (TEBIG)

Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)

São Paulo

Termelétrica Nova Piratininga

Terminal de São Caetano do Sul

Terminal de Guararema

Terminal de Barueri

Refinaria de Paulínia (Replan)

Refinaria de Capuava, em Mauá (Recap)

Refinaria Henrique Lages, em São José dos Campos (Revap)

Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC)

Plataformas – PMXL1, P66, P67, P68 e P69

Terminal de Alemoa

Terminal de São Sebastiao

Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA)

Termelétrica Cubatão (UTE Euzébio Rocha)

Torre Valongo – base administrativa da Petrobras em Santos

Terminal de Pilões

Mato Grosso do Sul

Termelétrica de Três Lagoas (UTE Luiz Carlos Prestes)

Paraná

Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar)

Unidade de Industrialização do Xisto (SIX)

Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FafenPR/Ansa)

Terminal de Paranaguá (Tepar)

Santa Catarina

Terminal de Biguaçu (TEGUAÇU)

Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ)

Terminal de Guaramirim (Temirim)

Terminal de São Francisco do Sul (Tefran)

Base administrativa de Joinville (Ediville)

Rio Grande do Sul

Refinaria Alberto Pasqualini (Refap)

 Fonte: FUP

 

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