por Sulamita Esteliam
O A Tal Mineira transcreve texto do colega Fernando Brito, do Tijolaço, analisando o depoimento do ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública do desgoverno do capiroto à Polícia Federal. O ex-juiz-inquisidor Sérgio Moro, da Lava Jato, a operação que usou o pretenso combate à corrupção para jogar o país no precipício a troco do jogo de poder.
E se calou, vergonhosamente, diante de todos os desmandos do capiroto-presidente e seus filhotes adestrados para o desmantelo.
Quem muito se abaixa deixa o rabo à mostra, agora partido. O gênio do Renato Aroeira desenha a circunstância à perfeição, obrigada.
Ambição em estado puro. Caso se tivesse tivesse aqui uma democracia digna do nome, terminaria por enquadrá-lo no rigor da lei, no mínimo por prevaricação. E é este homem que querem fazer crer que pode vir a ser uma opção para comandar o país.
E por falar em justiça e democracia, quem mandou matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes? O que será que o presidente quer esconder para escolher justo a Superintendência da PF para controlar?
E por que só agora, que foi defenestrado – pediu demissão sob a humilhação de ter seu indicado para a Direção Geral da PF demitido à sua revelia?
Eita Brasil que não enxerga um triz adiante do nariz!
Ao texto:
Depoimento de Moro mostra que Bolsonaro calou a boca da PF
por Fernando Brito – no Tijolaço
O que Jair Bolsonaro queria da Polícia Federal, obteve. ao que parece.
O silêncio do superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro, aquele que poderia ter produto de investigações que implicassem seu clã familiar.
O recém-divulgado teor do depoimento de Sérgio Moro deixa claro que {queria} o controle da superintendência do Rio.
“Você tem 27 superintendências eu só quero uma (…)Se eu não puder trocar o superintendente o Rio, troco o diretor geral e o ministro”, teria dito Bolsonaro, segundo o relato de seu ex-ministro.
Pois este superintendente, o delegado Carlos Oliveira, vai ser diretor-executivo da Polícia Federal.
À parte o fato de que é inacreditável que, ao longo de meses, Sérgio Moro não soubesse da razão da exigência de Bolsonaro, o fato de que Oliveira foi “promovido” a número dois da PF significa que Bolsonaro tem, ou tem tudo para ter, a adesão do delegado.
Moro está jogando, em lugar de depor, pois escondeu parte do que sabia.
Pois se não se souber o que Bolsonaro queria com o controle da Superintendência do Rio de Janeiro, não se saberá a razão da interferência do presidente que, sem isso, não tem um caráter comprometedor, pois não se esclarece qual seria a sua vantagem com a mudança.
Portanto, Sérgio Moro está fazendo política com investigações. Não o acusa, dizendo que “cabe às autoridades” dizer que o presidente cometeu algum ilícito, numa escandalosa manobra de acusar sem dizer que está acusando e se proteger de uma responsabilização penal.
Escolhe, como sempre, a frieza cínica que o caracteriza e jogou a batata quente sobre os ministros militares que o tentaram preservar no cargo e, a esta altura, devem estar rosnando os piores qualificativos contra o ex-juiz.
Já se pode concluir duas coisas, relativamente óbvias.
Bolsonaro é um arbitrário e um interessado em abafar situações comprometedoras que envolva os seus. E Moro é um mau-caráter, que age como um bandido sem nenhum apreço à verdade ou à dignidade, mas apenas com seus apetites de poder.
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Agrego a íntegra do depoimento de Sérgio Moro, a partir do Vi o Mundo