Cabaré em chamas: acharam o Queiroz e expurgaram o Weintraub

 

 

por Sulamita Esteliam

A quinta-feira poderia ser perfeita, não fosse 1.204 mortos por Covid-19 confirmados em 24 horas, o que nos aproxima dos 50 mil óbitos no Brasil. Já são 47,7 mil neste dia São Gregório, o cuidador dos doentes da peste, com subnotificaçao com tudo.

Neste fim de semana, com certeza, e tristemente, bateremos 1 milhão de infectados, daqueles testados, e segundo todas as avaliações, ainda não atingimos o pico. Multiplique por sete, ao menos, e temos a dimensão real da tragédia.

É genocídio, não me canso de repetir. Fruto do descaso, da irresponsabilidade, da incompetência, da falta de planejamento, do desprezo pela vida.

Um desgoverno central tangido por um psicopata, sob proteção de militares arrivistas, que fazem vista grossa ao descuido em nome da ganância.

Nominei este dia, celebrado nas redes sociais como #GrandeDia, como #QuintadeArromba. Digo que vale para o bem e para o mal.

Acharam o Queiroz e livramo-nos do desministro da Educação, moleque de sandices do chefe capiroto-genocida. Antes tarde do que nunca.

Resta saber o que vem depois das boas notícias; que impacto elas terão na busca de saídas para a crise política, por ora obviamente agravada, sobretudo para o lado da famiglia.

Os cartunistas conterrâneos, Aroeira e Genin, traduzem nas charges que abrem esta postagem.

É preciso um desfecho, e que seja logo. O Brasil está em desmanche permanente, e para o bem geral da nação, urge que este desgoverno acabe. Temos que começar de novo.

O ex-da Educação vai assombrar no plano internacional. O capiroto o indicou para o Banco Mundial, na vaga que cabe ao Brasil. A repercussão lá fora é a pior possível. Não é para menos, e o Rodrigo Maia, presidente da Câmara, explicita as razões para o pânico:

 

No caso do Queiroz, eclipsado há mais de um ano, foi encontrado em Atibaia – quanta ironia! -, interior de São Paulo, na casa do advogado do filho 01 do capiroto, que é senador da República.

Nenhum deles, nem o advogado Frederick Wassef, nem o clã, perguntados, sabiam onde estava seu antigo homem de confiança. Mentira tem, sim, pernas curtas.

Pela manhã fiz três perguntinhas no Twitter:

 

Continuam valendo. As respostas, meu bem, não estão no vento.  O colega Rodrigo Viana, jornalista e cientista político, arrisca uma hipótese, que parte do princípio que Queiroz sabia da prisão, assim como o capiroto foi avisado por arapongas pessoais.

 

Fabrício Queiroz é investigado, dentre outras coisas, por lavagem de dinheiro do esquema das rachadinhas que conduzia como chefe de gabinete e motorista – não é estranha a combinação? – do então deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

O Coaf encontrou 1,2 milhão em sua conta, que ele atribui à “venda de carros usados”. Com o salário de policial militar aposentado, coisa de 8 mil reais, logrou a façanha de acumular patrimônio da ordem de 7 milhões. Deveria ser consultor de investimentos, ao invés de motorista e assessor parlamentar.

Tudo que vazou ou se informou sobre o inquérito até agora indica que o Queiroz é muito mais do que isso. Afinal, três décadas de amizade não é algo que se joga fora. É o homem-chave para desvendar o envolvimento da famiglia presidencial com a milícia dominante no Rio.

Quem sabe, até, se permanecer vivo, possa ajudar a solucionar o ministério de quem mandou matar Marielle!?

Uma espécie de PC Farias -tesoureiro da campanha e eminência parda de Fernando Collor, assassinado em 23 de junho de 1996, junto com a companheira, em crime jamais esclarecido. Mas que fede à queima de arquivo.

Pois esse homem foi encontrado num quartinho dos fundos da casa do advogado do ex-patrão dele. Sozinho, e segundo ele doente, e deprimido, atestam alguns amigos. A esses, disse que esperava a prisão desde o ano passado, e reclamou que não havia mandado expedido.

O juiz Flávio Itabaiana Nicolau, da 27ª Vara Criminal do TJ do Rio cumpriu o desejo do Queiroz. O mandado alcança também a mulher, que está foragida.

Há quanto tempo estava lá o Queiroz? O caseiro disse para a polícia que há um ano. Ele diz que há cerca de três meses, desde que se submeteu a duas cirurgias – de próstata e nos olhos – em Bragança Paulista, cidade vizinha, via plano de saúde.

É a terceira intervenção, desde o estouro do escândalo. Ele foi operado no Sírio Libanês, a preços da elite hospitalar do Brasil, onde passou o reveillon e fez vídeo dançando com a mulher. Por que não o prenderam à época?

Paulo Emílio Cata Pretta é o advogado do Queiroz. Um sujeito controverso, que  também era advogado do miliciano Adriano Nóbrega, chefe do Escritório do Crime, morto no início do ano na Bahia.

O advogado, em 1992, frequentou o noticiário policial, envolvido que estava com uma seita acusada de matar uma menina de 8 anos em sacrifício.

 

Neste século, parece manter a predileção por tramas mirabolantes e relações perigosas.

Ele disse à imprensa que conversou com o cliente na prisão, já no Rio, e que vai pedir o Habbeas Corpus para Fabrício Queiroz, que disse a ele, sem detalhes, temer pela própria vida.

Quem não temeria, neste cenário!?

Contudo, no frigir dos ovos, em que nível a prisão do Queirós interfere no destino do país?

Há controvérsias.  Mas deixo uma avaliação pertinente, de quem tem escopo para análise de conjuntura:

 

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