por Sulamita Esteliam
A propósito de porradas, acoelhamentos e escolhas, decidi publicar um #tbt no meu perfil no Instagram, que reproduzo aqui. É de um tempo em jornalistas fechavam em torno de seus sindicatos – o meu era e é o SPJMG – para lutar por um país democrático. E faziam da sua federação, a Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas, uma trincheira de luta por seus direitos, pelo direito de cidadania e à informação.
Redescobri as imagens remexendo em meus alfarrábios, em busca de informações remotas. É que estou imersa no projeto do livro que está sendo preparado a 30 mãos sobre a história do jornal mineiro Hoje em Dia, e costumo guardar coisas que até Deus duvida.
Fiz parte da equipe do projeto original do diário, e estou entre xs 15 autorxs que preparam a memória de um tempo em que fazer jornalismo era nosso vício e prazer. O livro será editado via financiamento coletivo aberto no Catarse. Sua contribuição é muito bem-vinda, obrigada.
Aqui o fim é o princípio: a imagem acima é da chapa Em Linha Direta, encabeçada pelo jornalista braziliense Armando Rollemberg. E tinha uma companheirada de primeira linha, por exemplo, Reiko Miúra, minha amiga-irmã japa paulistana, e o professor e escritor Laurindo Leal Filho, o Lalo.
Esta velha escriba entrou como diretora de base por Minas Gerais. O ano era de 1986, governo Sarney – da transição ditatorial para a República dos arranjos.
A diretoria eleita por voto direto dirigiu a entidade em meio à Constituinte e mobilizou o país pela inclusão de artigos que possibilitariam democratizar os meios de comunicação; o que inclui a quebra da hegemonia familiar e política que ainda hoje nos garroteia.
Objetivo alcançado: os artigos 220, 221, 222, 223 e 224 estão lá, mas jamais foram regulamentados. Porque é, sempre foi, uma briga de Davi contra Golias, e a correlação de forças ficou cada vez mais desproporcional.
A charge que abre a postagem, do querido Cau Gomez, é da representação mineira na reeleição da Linha Direta em 1989: Luiz Carlos Bernardes, o Peninha, então presidente do SJPMG, na vice de Armando; Eduardo Campos na vice-regional Sudeste (na eleição anterior ainda era Leste, ocupada por Guinaldo Nikolaievski); a hoje escritora e editora de livros Clara na diretoria de base MG; Rogerio Perez na suplência da diretoria e Euzinha na suplência do Conselho Fiscal. A foto é da querida Vera Godoy, em frente à Casa do Jornalista em Beagá.
No ano seguinte, ainda me meteria na eleição do meu Sindicato, e escapei por pouco de vir a ser a primeira presidenta dos Jornalistas de Minas; fiquei na vice do jornalista e escritor Américo Antunes.
Mudei-me para Brasília um ano depois, sob licença, para renunciar em mais um ano – e não ter que voltar para Minas e assumir. Já não me cabia o papel de sindicalista. Da luta jamais me apartei.
Em tempo: Lalo Leal, ex-TV Brasil, faz análise crítica da mídia e tem livros escritos a respeito. Pode ser visto, agora, no Canal do Barão, do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, que aglutina a blogosfera progressista.
Compartilho o vídeo em que ele comenta o último curso virtual do Barão a respeito de mídia e política, e que teve um título bem instigante: Como vencer o bolsonarismo.
Aqui ele fala sobre “a importância da análise crítica do poder da mídia”, e inclui trechos da participação de duas colegas estudiosas do assunto: a mineira Ângela Carrato, professora do curso de Comunicação/Jornalismo da UFMG, e a paulista Renata Mielli, do FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação.