por Sulamita Esteliam
Esta quinta passei boa parte do dia na faxina. Minha casa estava chorando por uma limpeza digna do nome. E meu corpo e cabeça, também. Faxinar é um santo exorcismo de demônios.
E por falar em faxina e demônios, parece que jogaram sal grosso na Força Tarefa da Lava Jato. De Curitiba a São Paulo, é muita gente limpando o beco.
A saída de cena de Deltan Dallangnol, alegando questão familiar, foi seguida pela demissão coletiva de oito procuradores que atuavam em São Paulo pela Força Tarefa.
Vade retro!
Não se sabe o que os motiva, de verdade, muito menos o que inspira o exorcista-chefe da PGR – Procuradoria Geral da República: se é retomar o controle da situação para recolocar o modus operandi do MPF nos trilhos, se é para satisfazer os interesses do capiroto-presidente.
Seja o que for, nada parece o que é quando se lida com gente dissimulada, de múltiplos tentáculos – busquei nos alfarrábios a charge perfeita do genial Aroeira – mesmo quando parece desmoralizada, como de fato está.
Parece mais atitude de gente que considera missão cumprida e sai de fininho, antes que a tempestade que criaram desabe de vez sobre as próprias cabeças.
A ver…
No Brasil de Fato, o repórter Erick Gomes ouviu o promotor Gustavo Roberto Costa, fundador do Coletivo Transforma MP e membro da ABJD – Associação de Jurista pela Democracia. A seu ver, “a debandada dos procuradores em São Paulo é mais um sinal de que a operação cumpriu seus objetivos políticos”.
Transcrevo a matéria, porque a análise é interessante, a noite esbarra na virada, e já estou no limite:
Debandada da Lava Jato indica que objetivos políticos foram cumpridos, diz jurista
Pedido de saída de oito procuradores expõe enfraquecimento da operação, que pode ser anulada, segundo o Transforma MP
Parabéns para “A Tal Mineira” pelos seus dez anos de vida política, literária e por que não diversão? A informação fidedigna, com a qualidade e competência da mineirinha Sulamita. Que A Tal Mineira nos presenteie com mais décadas de existência. 👏👏👏