por Sulamita Esteliam
Vou começar pela boa notícia: sim, já temos vacina, com eficácia comprovada de 100% nos casos graves e moderados; nos casos leves é de 78%. Quem garante é Butantan, e por conseguinte o Governo de São Paulo.
Emocionante o vídeo do anúncio do resultado pela equipe pesquisadora. Pego carona no tuíte do deputado Alencar Braga (PT) que traduz o momento como fruto da “empatia”, sem dúvida “um dos sentimentos que tornam a vida melhor em sociedade”.
Sim, a vacina é chinesa, a CoronaVac, produzida aqui em parceria Butantan-Sinovac. E sim, apesar dos arrotos prévios, e fétidos, o desgoverno vai contratar 100 milhões de doses com o instituto paulista, segundo o general que ocupa o Ministério da Saúde.
Eduardo Pazuello anuncia a compra de outras vacinas, com prioridade para aquelas possíveis de serem produzidas no Brasil, além do Butantan/CoronaVAC, pela Fiocruz/AstraZeneca. Isso quando tiver acesso ao princípio ativo, o que ainda não ocorreu.
Além da CoronaVac, a indiana AstraZeneca: 2 milhões de doses já importadas, e a maior parte que será produzida em parceria com a Fiocruz: 100,4 milhões de doses até julho, mais 110 milhões de agosto a dezembro.
O início da vacinação, porém, está naquele plano das possibilidades: 20 de janeiro, 10 de fevereiro e início de março. Questão de logística, como alfineta o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.
A bola está com a Anvisa, que por sua vez anda na coleira do desgoverno aloprado-genocida. O Butantan já anunciou que vai protocolar o pedido de autorização emergencial para aplicação da vacina.
Demorou. As boas novas chegam com cheiro de chantagem, entretanto. O governador de São Paulo abre seu estoque de vacina para garantir a aprovação emergencial em 10 dias; a definitiva leva dois meses.
Lisura e compromisso com o bem estar do povo passa longe do desgoverno. Na proporção inversa da fanfarronice e da mentirada espalhadas no ventilador.
De qualquer forma, o anúncio da eficácia da CoronaVac chega em boa hora. Justo no dia em que o Brasil bate o triste recorde de 200 mil mortos por Covid-19; 200.498 mil, segundo dados do do próprio Ministério da Saúde.
Chegamos a janeiro contando mortes acima da casa dos mil, como em agosto: só nesta quinta 1.542 pessoas foram levadas para a terra do nunca mais.
Nas últimas 24 horas são 87 mil 843 novas contaminações, o que eleva o acumulado para 7 milhões 961 mil 673 de infectados.
A situação é mais grave, pela ordem, nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, Ceará, Santa Catarina, Goiás, Pará, Rio Grande do Sul e Paraná, como mostram os gráficos de contaminação e mortes acumuladas, respectivamente.
Em Pernambuco, o número de infectados vem crescendo exponencialmente, mas 90% dos casos são leves. Felizmente, as mortes não têm seguido a mesma proporção.
O boletim da Secretaria de Saúde nesta data conta 1.511 novos casos de Covid-19, 95,5% dos quais classificados como leves, o que eleva para 228 mil 451 o número de infecções no estado. A contagem de mortes soma 9 mil 763 desde o início da pandemia, sendo 32 delas ocorridas desde o dia 03.12.2020 até 06 de janeiro deste ano.
Para tentar controlar o avanço da contaminação, o governo voltou a reduzir a capacidade do setor de eventos, de 300 para até 150 pessoas. E instruiu prefeitos da Região Metropolitana do Recife a intensificarem a fiscalização nas praias, sob pena de voltar a interdição.
Sinceramente, torço para que não seja preciso. Caminhar pela praia é um refresco para corpo e alma.
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Acesso para fontes consultadas:
Coronavírus Brasil: covid.saúde.gov.br
PE Contra o Coronavírus: Boletim de 07.01.2020