por Sulamita Esteliam
Nunca d’antes neste país jornalista foi tão maltratado – pelas autoridades, pelo público, pelos patrões. Colegas na linha de frente da cobertura dos acontecimentos, sobretudo políticos, se tornaram, metafórica e literalmente, caixa de pancada. E não apenas, houve dois assassinatos.
Se é verdade que a liberdade de imprensa é termômetro da democracia, então o Brasil está perdido, e não só no labirinto das narrativas, como da violência contra profissionais da área.
No ano em que a pandemia do novo Coronavírus tornou vital a informação, os ataques à atividade jornalística explodiram, mais que dobraram.
É o que constata o Relatório da Violência contra Jornalistas e a Liberdade de Imprensa no Brasil 2020, divulgado na terça pela Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas: 428 agressões, incluindo os dois homicídios; 105,77% em relação a 2019, que já liderava o histórico. É o ano mais violento desde o início da série, no começo dos anos 90.
A entidade valeu-se de plataforma digital, dentro da programação do Fórum Social Mundial 2021 para divulgar o levantamento, que tem na liderança os ataques à credibilidade da imprensa, com 152 casos, ou 35,5% das hostilidades
Ganha um petisco quem acertar o pódium da violação do exercício do Jornalismo? Ele mesmo, o capiroto-presidente é também um exterminador do respeito ao trabalho de informar: 142 episódios das 152 agressões verbais registradas são da lavra presidencial.
Sozinho, o ora presidente respondeu por 175 registros de violência contra a categoria, o equivalente a 40,89% do total de 428 casos. Dentre os quais, 145 ataques genéricos e generalizados a veículos de comunicação e a jornalistas, 26 agressões verbais, um de ameaça direta a jornalistas, uma ameaça à Globo e dois ataques à própria Fenaj.
A presidenta Maria José Braga não tem dúvidas de que a explosão de violência está associada às atitudes presidenciais. Auxiliares e seguidores se sentem estimulados a reproduzirem a selvageria.
Desta forma, as agressões verbais/ataques virtuais cresceram 280% ano passado em comparação a 2019, quando se registraram 76 casos. O relatório aponta ainda o aumento da censura em 750%.
A íntegra do Relatório pode ser acessada aqui.
Fonte citada:
Fenaj
Violência contra jornalistas cresce 105,77% em 2020; Jair Bolsonaro lidera os ataques
Já dizia Rui Barbosa que “a imprensa é a vista da nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa perto e longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam, percebe onde lhe alvejam, vela pelo que lhe interessa e se acautela do que a ameaça”.
Em uma Democracia, o jornalista tem direito à plena liberdade da informação jornalística. É um direito constitucional, fundamental e inviolável, que nenhuma autoridade poderá vetar, sendo vedada a censura.
Mas para cumprir com eficiência a sua função social, a imprensa tem de ser livre.
Ataques e ameaças à imprensa são próprios de ditadores, e tendem a se intensificar quando o tirano percebe que seu poder está chegando ao fim.
Com o fascista Bolsonaro não seria diferente.
Desde que assumiu o poder, ataca a imprensa e insulta jornalistas.
Em sua posse, v.g. , dificultou sobremodo o trabalho dos profissionais da imprensa.
Em inúmeras outras ocasiões, estimulou expressamente seu gado cativo a atacar jornalistas.
Agora, essa criatura rudimentar que tomou forma e ganhou corpo na política nacional e que atende pelo nome de Bolsonaro, sabe que seus dias de presidente estão no fim.
Nesta quarta-feira (27), num ato de total desespero, em uma live “boca suja”, o capiroto aloprado, revoltado com a divulgação do valor estratosférico dos gastos superfaturados com alimentação em 2020 (R$1,8 bilhão), tomado por visível cólera, mandou a imprensa para “pqp”.
É o começo do fim !!
Mais dia, menos dia, ele cai. Ninguém o suporta mais.
Que você fale pela boca de um Anjo, Cícero. Obrigada pela presença e a gentileza dos comentários, sempre pertinentes.