por Sulamita Esteliam
As mulheres voltam às ruas neste 8 de Março, após dois anos de pandemia em que elas ocuparam o epicentro da peste, suas consequências e sequelas: ao menos o que toca qualidade de vida e à própria saúde no plano geral e, sobretudo, mental. Palavra da Fiocruz.
Sobreviventes. Embora desempregadas, muitas vezes sem teto e sofrendo duplamente a dor da fome – dela e das crias. Sem contar as marcas da violência física e/ou psicológica, moral, material,que se aprofundaram com o isolamento social e o desequilíbrio de suas parcerias.
Pois neste Dia Internacional da Mulher, mulheres irão às ruas nos sete cantos do Brasil, “bradar publicamente suas reivindicações mais caras, denunciar situações extremas” de que são alvo, exaltar suas conquistas – que são várias e fruto de muita e árdua luta.
As aspas são do texto da convocação do 8M Unificado da Região Metropolitana de Belo Horizonte, com a marca da jornalista Eneida da Costa. As mulheres do movimeto em Minas vão homenagear Elza Soares, a mulher do fim do mundo, encantada em 20 de janeiro deste ano.
Leia a íntegra do texto mais embaixo.
Aqui no Recife, o foco tal e qual é a defesa da vida das mulheres e o Fora Coisa Ruim, que ninguém aguenta mais! Pelo fim da fome, do racismo, do feminicídio, do transfeminicídio.
Os homens estão convocados a dar uma força para o corre da mulherada, dando suporte na creche-trenzinho para as crias das mulheres que optarem por levar as crianças. Concentração a partir das 15:00 horas, no Parque 13 de Maio.
Há pelo menos 30 cidades em 15 estados e no Distrito Federal com manifestações marcadas para este 08 de março. Em São Paulo, a concentração é no vão do Masp, na Avenida Paulista, com passeada rumo à Praça Rooseewelt
O aprofundamento da crise econômica e a política sanitária genocida do desgoverno central, afeta diretamente a vida das mulheres. São as mulheres as mais atingidas pelo desemprego: 13,9% no quarto trimestre de 2021 – é 19,8% o índice de desocupação entre mulheres negras -, segundo o Pnad/IBGE, enquanto para os homens é de 9%.
Há mais: o Observatório Covid-19, da Fiocruz atesta que o Brasil é o país com o maior número de mortes maternas causadas pela covid-19. Até maio de 2021, a taxa de letalidade materna era de 7,2%. Mais que o dobro da taxa de letalidade geral no país, então de 2,8%.
Pior: são as mulheres as maiores afetadas na saúde mental durante a pandemia, exatamente pela sobrecarga que sobre elas recai. Inclusive a produção científica foi afetada em consequência, ainda de acordo com a Fiocruz.
Transcrevo a íntegra do texto referido acima:
8 de Março, um ato de mulheres pelas mulheres
No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, mulheres irão às ruas para bradar publicamente suas reivindicações mais caras, denunciar situações extremas, exaltar suas conquistas e homenagear Elza Soares, a mulher do fim do mundo.
Quando se completa 90 anos da conquista do voto feminino no Brasil, é importante e urgente expor a alta desigualdade, a baixa representatividade e a violência política contra as mulheres.
Todas as mulheres, sem exceção, juntas no propósito de dar visibilidade aos seus anseios e dores. Gritar por igualdade, respeito, solidariedade. Expor as condições desumanas em que muitas se encontram. Protestar, mas também homenagear a grande mulher negra e poderosa, Elza Soares. Tomada como símbolo das lutas das mulheres.
As Mulheres do Fim do Mundo vão dar um recado ao presidente da República e repudiar em alto e bom som o capitalismo que empobrece e empurra as mulheres para as bordas da sociedade onde convivem com pobreza, violência e exclusão.
Há 14 anos, movimentos de mulheres se juntam no 8 de Março Unificado da Região Metropolitana de Belo Horizonte – 8MURMBH e organizam em uma intervenção urbana potente. Neste ano, serão 80 coletivos que atuam em várias áreas de interesse das mulheres.
A manifestação começa com a concentração na Praça da Liberdade e se dispersa na Praça da Estação. Um trajeto simbólico que liga dois espaços antagônicos da capital mineira. O símbolo do poder político econômico e o símbolo do poder popular.
Leia também a íntegra do Manifesto Nacional a partir do #8M Unificado da Região Metropolitana do Recife
Confira os locais já confirmados dos protestos
Sul
Porto Alegre (RS) – 18h, na Esquina Democrática
Caxias do Sul (RS) – 18h, na Praça Dante
Curitiba (PR) – 16h30, na Praça Santos Andrade
Guarapuava (PR) – 17h, no Terminal da Fonte
Foz do Iguaçu (PR) – 17h, em frente ao Bosque Guarani (TTU)
Londrina (PR) – 17h30, no Calçadão
Apucarana (PR) – 18h, na Praça Rui Barbosa
Florianópolis (SC) – 12h, Ticen
Chapecó (SC) – 9h, na Praça Central
Joinville (SC) – 18h, na Praça da Bandeira
Lages (SC) – 9h, na Associação de Moradores e Amigos do Bairro Popular
São Miguel do Oeste (SC) – 9h, na Praça Municipal Walnir Bottaro Daniel
Sudeste
São Paulo (SP) – às 16h, no MASP
Campinas (SP) – 16h, no Largo do Rosário
Belo Horizonte (MG) – 16h30, Na Praça da Liberdade
Juiz de Fora (MG) – 17h, na Praça da Estação
Uberlândia (MG) – 16h30, na Praça Ismene
Divinópolis (MG) – 15h30, no quarteirão fechado da rua São Paulo
Ouro Preto (MG) – 15h30, na Praça Tiradentes
Ipatinga (MG) – 8h, na Praça Primeiro de Maio
Barbacena (MG) – 16h, na Praça dos Macacos
Ponte Nova (MG) – 17h, na Praça dos Palmares
Vitória (ES) – 14h, na Praça Costa Pereira
Rio de Janeiro (RJ) – 16h, na Candelária
Centro-Oeste
Brasília (DF) – 17h, no Museu da República
Campo Grande (MS) – 8h, na Avenida Afonso Pena com a 14 de Julho
Goiânia (GO) – 9h, na Catedral Metropolitana
Norte
Belém (PA) – 17h, na Praça da República
Ananindeua (PA) – 7h, na DEAM, Cidade Nova 5, We 31, 1112
Marabá (PA) – horário a definir, na Praça São Francisco
Nordeste
Maceió (AL) – 8h, na Praça dos Martírios
Recife (PE) – 15h, no Parque 13 de Maio
Mossoró (RN) – 16h, na Praça da PAX
Natal (RN) – 14h30, na Praça Gentil Ferreira
Salvador (BA) – 14h, na Praça do Campo Grande
Santo Antônio de Jesus (BA) – 17h, na Praça Padre Mateus
Cajazeiras (PB) – 16h, na Praça Leblon
São Luís (MA) – 15h, na Praça Deodoro
Aracaju (SE) – 9h, na Reserva da Mangaba
Fortaleza (CE) – 13h, na Praça do Ferreira
Cariri (CE) – 8h, na Praça da Prefeitura (Crato)
Sobral (CE) – 17h, no Arco do Triunfo