por Sulamita Esteliam
Até o final deste abril estará na praça o livro e disco de Neudo Oliveira, poeta, compositor e cantador de Bodocó, radicado em Ouricuri, no Sertão do Araripe: Canto dos Povos reúne poemas em estilo variados, mais um EP com cinco músicas autorais.
É o primeiro livro do poeta, edição independente; o autor tem um folheto publicado, apenas, com alguns poucos poemas. A capa do livro de estreia é de Marcos Pê, artista paraibano, radicado em Teresina, Piauí. A editora é a Coopacesso, uma cooperativa de São Paulo.
Já o álbum é o segundo solo em 20 anos de estrada, que o levou a apresentações em 18 estados brasileiros e mais no Uruguai. Entretanto, o cantor tem outros três trabalhos gravados com o grupo Baião Mais Eu.
Neudo está em campanha de pré-venda. Euzinha já garanti o meu. As remessas pelos correios são pagas pelo cliente, coisa de 10 reais.
Viver de arte nunca foi fácil no Brasil, e com a pandemia tudo ficou mais complicado. Neudo diz que conseguiu manter uma agenda básica, “mas é bem difícil”.
– Na pandemia, fiz várias lives. Depois, a Aldir Blanc ajudou um pouco. Deu para pagar as contas, rsrs. Agora tô esperado esse livro-cd pra retomar as andanças.
A ideia do artista é agendar vários lançamentos pelos estados, não só no Nordeste, porque é sujeito com bom trânsito no meio artístico e não só:
– Ao longo desta trajetória consegui me articular bem com movimentos sociais, espaços culturais, público e colegas artistas de outros estados. A gente mantém uma boa rede.
Já no início da caminhada, em 2004, cantou para representante de cerca de 70 países na Conferência Campesina em São Paulo. Teve a oportunidade de dividir o palco com nomes internacionais como Yamandu Costa, violonista gaúcho, e o grupo latino-americano Tarancón.
Em 2016, foi premiado no Festival Nacional de Artes da Reforma Agrária da minha Macondo de origem, Belo Horizonte. Dois anos depois, novo prêmio e novamente em Minas Gerais: segunda colocação no Festival da Canção do Vale do Mucuri com a canção Primavera Sertaneja. Também foi finalista do Rythmica Web Festival, evento organizado por Daniel Gonzaga, filho do Gonzaguinha, de repercussão internacional.
Muito boa sorte para o Neudo Oliveira. Brevemente, aliás, no sábado 23, estará comigo na bancada do Violência, Zero!: o quadro sobre Literatura e Direitos Humanos que apresento no projeto Banco de Feira de Cultura Popular, sob a direção de Ruy Sarinho e com incentivo do Funcultura/Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo do Estado de Pernambuco.
O programa de rádio ao vivo acontece nas manhãs de sábado, direto dos mercados públicos, feiras e praças do Recife e Região Metropolitana – @programabancodefeira/Instagram e Youtube, e é transmitido pela Rádio Guarany AM, 1300, de Camaragibe, com retransmissão pelas rádios Mais FM Recife e Conexão Jovem de Olinda.
Dia 23 de abril vai ao ar o programa de número 15, provavelmente do Morro da Conceição.