Sulamita Esteliam
A boa notícia para começar a semana de trabalho é que ABI – Associação Brasileira de Imprensa, enfim, resolveu tomar partido e fazer o correto: apoiar Lula nas eleições presidenciais de 2022. É a diferença entre a retomada da democracia de fatoe de direito, ou a continuidade do arbítrio que nos esfola e tira o ar.
Na posse da nova diretoria, na sexta-feira, 13, na sede da entidade, no Rio de Janeiro, Octávio Costa, o novo presidente deixou claro, que a hora pede parcialidade com transparência.
“A luta pela democracia é a alma da entidade e será colocada à prova este ano. A ABI é uma entidade apartidária, mas dessa vez não vai ficar imparcial”, disse. “Estaremos ao lado do povo brasileiro e do ex-presidente Lula na luta para derrotar o governo fascista de Bolsonaro.”
Aliás, como bem lembra o residente da ABI, a entidade tem um passado de lutas: “contra a ditadura militar, pela anistia ampla, geral e irrestrita, pelas Diretas Já, pelo impeachment de Fernando Collor, em favor da Petrobras e tantas outras”.
Embora, na prática, os jornalistas terminem por fazer ouvidos moucos à voz da entidade que o representa politicamente, para atender à ordens patronais. Ainda que contrariem os princípios e o código de ética profissional.
Tem muito trabalho pela frente a nova direção. O próprio Octávio destaca a importância da regulamentação da Lei de Meios, e do apoio a entidades sindicais pela volta da exigência do diploma para o exercício da profissão. Foi bastante aplaudido em sua fala.
Recentemente, me dei conta de que, apesar de 43 anos de profissão, que completo no próximo 14 de junho – data da colação de grau em Comunicação/Jornalismo pela Fafich/UFMG – não sou filiada à ABI.
Queria votar na chapa encabeçada pelas mulheres na disputa vencida pelo colega Octávio Costa, devo confessar. Cogitei me filiar, mas quando acordei, não havia mais tempo hábil. Entretanto, vou aderir à campanha de filiação lançada pelo conselheiro Marcelo Auler: “Mil Sócios para a ABI em 2022”. Vou seguir os passos da presidenta da Fenaj, que só agora, no apelo, se filiou.
Sempre fui do rame-rame, até nisso. Fiz pré-sindicalização ainda na faculdade, graças á campanha do saudoso Dídimo Paiva, que então presidia o Sindicato dos Jornlistas de Minas. Minha primeira carteira de jornalista profissional é de 1980, assinada já pelo colega de redação, Tilden Santiago. Ambos são estrelas.
Militei desde sempre pela categoria. Estive vice-presidente das entidade dos Jornalistas de Minas, em 1990/92. Exerci o mandato por um ano apenas, e me licenciei quando decidi ir para Brasília. Renunciei um ano depois, quando o presidente Américo Antunes se elegeu para a Fenaj; Euzinha teria que voltar para Belo Horizonte para assuir a direção do Sindicato. Fora de cogitação: passei a bola para o Aloísio Morais, então secretário-Geral.
Ser livre para buscar a felicidade é mais importante do que ter poder, ainda que ilusorio.
Antes da função dirigente, fui de comissão intersindical, com radialistas e gráficos, eleita diretamente. Estive diretora de base da Fenaj, por Minas Gerais, e novamente parte da diretoria seguinte, ambas presididas por Armando Rollemberg, colega de Brasília
Octávio Costa, o novo presidente da ABI era vice-presidente nas duas diretorias das quais participei na Federação Nacional dos Jornalistas, na segunda metade dos anos 80 até o início dos anos 90. É um profissional sério e articulado. Desejo-lhe boa sorte no mandato.