por Sulamita Esteliam
Ai, ai, aiai, está chegando a hora… E cada vez mais é preciso esperançar. Significa, botar mãos à obra por que ‘a campanha das nossas vidas‘ vai começar. Neste 16 de agosto do ano de 2022, sob o céu de Pidorama, está aberta a disputa, oficialmente, para as eleições gerais.
O povo brasileiro – Euzinha, você, sua mãe, seu pai, irmão, irmã, filha, filho, toda as parentada, amigas, amigos, amigues e os do contra também, que têm 16 anos ou mais – escolhem o futuro da nação.
Traduz futuro em projetos de governantes et equipes, legisladores e legislantes, todos eles com interesses que os sustentam e guiam, mais as pressões de quem os elegem: presidente, senadores, governadores e deputados federais e estaduais.
Então, pense bem em tudo que representa seu voto. e por caridade, não caia na esparrela de mentiras e prestidigitação – de novo não!
Lembre-se dos direitos que você e maioria dos habitantes deste País perderam. Em memória das 700 mil mortes de pessoas levadas pela covid 19, ao menos metade delas evitáveis.
Pense no sucateamento do SUS, na disparada dos preços dos combustíveis, na inflação consequente, sobretudo nos preços dos alimentos. do retorno da fome, gente na fila dos ossos, enquanto militares comem lagosta e bebem uísque, e consomem viagra e preservativo às custas do seu do nosso suado dinheirinho.
Lembre-se da agonia da miséria, no desespero da bárbarie e dos abusos de toda sorte, enquanto uns e outros multiplicam suas fortunas, às custas do erário público (e escrevi púbico, e bem que poderia ser, mas foi erro de digitação, mesmo!), às nossas custas.
Pensar não dói. O que dói é a consequência do desvario.
A propósito, o colega Jeferson Miola faz importante análise sobre o que chama de “as eleições de nossas vidas”. Transcrevo:
Construir nas ruas e de casa em casa a derrota do Bolsonaro e do fascismo

por Jeferson Miola – em seu blogue
A eleição deste ano será a mais importante eleição das nossas vidas e da história do Brasil.
Nela decidiremos o destino do país, que se encontra numa encruzilhada entre, de um lado, a democracia, a humanidade, a civilização; e, de outro, a barbárie, o charlatanismo, o ultraliberalismo, o fascismo.
Bolsonaro e os generais jogam a vida nesta eleição. Está em jogo a continuidade ou a interrupção do projeto de poder de longo prazo que acalentam e que oportuniza o mais brutal processo de saqueio e pilhagem das riquezas do país pelos capitais nacionais e internacionais.
Eles sabem que, se conseguirem derrotar Lula por meio de esquemas gigantescos de fraudes, intimidações, ameaças, mentiras e corrupção eleitoral, pavimentam o caminho rumo a um regime antidemocrático extremista e duradouro. Mas eles também sabem que, na hipótese bastante realista de derrota eleitoral, no futuro imediato deverão estar sentados nos bancos de réus de tribunais nacionais e internacionais.
Em razão disso, portanto, e do desespero desses potenciais perdedores, a eleição de outubro deverá ser a mais sangrenta e fascistizada eleição da história do Brasil. Bolsonaro, as cúpulas partidarizadas das Forças Armadas e a extrema-direita empregarão os piores meios de combate e guerra – os mais sujos e os mais infames.
Nunca, em nenhuma eleição anterior, um candidato presidencial ficou exposto ao risco máximo de sofrer atentado terrorista, como a Polícia Federal classifica o grau de risco a que o ex-presidente Lula está exposto.
O gangsterismo bolsonarista já não se restringe ao submundo das redes sociais, onde opera com seus exércitos de robôs e maquinarias de mentiras, difamação e propagação de ódio, violência e intolerância.
A extrema-direita fascista também atua com idêntica ousadia e vilania fora do esgoto das redes sociais; e se encoraja ainda mais, quando conta com impunidade e cumplicidade institucional.
O assassinato do petista Marcelo Arruda pelo terrorista bolsonarista Jorge Guaranho, em 9 de julho, que foi precedido pelo atentado a bomba ao comício do Lula no Rio 48 horas antes, em 7 de julho, é uma amostra deste clima de terror político instalado no país pelo governo militar e seus apoiadores.
A derrota do Bolsonaro, do fascismo e dos militares somente será possível com uma resistência democrática e popular vigorosa e ativa. Uma resistência democrática-popular que consiga sensibilizar, politizar e organizar amplos setores populares, o povo pobre, a classe trabalhadora, os negros, as juventudes e as mulheres – enfim, as maiorias sociais do Brasil.
Os atos de 11 de agosto em defesa da democracia evidenciaram o descolamento de setores do bloco dominante do governo e aumentaram o isolamento e a ilegitimidade do Bolsonaro. É preciso, entretanto, entender que esta oportuna iniciativa não conseguirá, sozinha, dar conta da tarefa vital de derrotar politicamente, socialmente, culturalmente e eleitoralmente o governo militar e o fascismo.
A possibilidade de se deter o fascismo e salvar o pouco que ainda resta de democracia no Brasil se localiza em lugares nem tão distantes do pátio da USP e da sede da FIESP.
É nas periferias, nas favelas e vilas do país; é nas ruas, nos terminais de ônibus e de metrô; nas universidades, nas escolas, nas fábricas, nos comércios, nos postos de saúde, nos locais de trabalho que se encontram as maiorias sociais que precisam ser despertadas e ativadas para cumprir esta missão histórica decisiva.
É preciso, portanto, combinar o aperfeiçoamento das estratégias comunicacionais nas redes sociais com a ocupação política e cultural do território real e cotidiano onde as maiorias sociais padecem do desastre e da devastação causada pelo governo.
É fundamental, neste sentido, se realizar um trabalho molecular; palmilhar cada rua, cada beco, cada bairro, cada distrito, cada cidade de todo país para se levar a arma da palavra, do convencimento, do esclarecimento, da construção da consciência democrática e antifascista.
O charlatanismo que manipula os desamparados, falseia o cristianismo e promove o ódio, está profundamente entranhado nas periferias. Nas suas igrejas, cultos e práticas assistencialistas, atua como força ideológica auxiliar do fascismo. É ali, portanto, nas periferias influenciadas pela manipulação reacionária, que se requer a presença intensiva para se fazer o contraponto.
A partir do prazo legal, até 2 de outubro viveremos os 47 dias mais decisivos e mais urgentes das nossas vidas. Nestes intensos e decisivos 47 dias cada ativista, militante e cidadão está chamado a dedicar suas melhores energias e paixões para eleger Lula já no primeiro turno.
O resultado do que conseguiremos concretizar nestes próximos 47 dias não define apenas a possibilidade de elegermos um governo de salvação nacional para os próximos quatro anos, porque define o que será do Brasil nas próximas décadas.
A vitória de Gabriel Boric no Chile contra o fascista José Antonio Kast, a versão chilena de Bolsonaro, foi conquistada numa memorável campanha que combinou a intensificação do trabalho nas redes sociais com a estratégia de visitar um milhão de casas por Boric Presidente. Em três semanas, mais de 25% da população tomou contato direto com a mensagem da campanha frenteamplista, fator que foi decisivo para a virada e a vitória de Boric.
Este método de enraizamento social, sindical e comunitário, aliás, está na origem da trajetória exitosa de construção do Partido dos Trabalhadores nos anos 1980 e 1990, e preserva sua absoluta atualidade e valor nesta complexa conjuntura.
É nas ruas; é no território concreto de vida e trabalho do povo brasileiro e com acessos ao maior número de lares para instalar comitês populares Lula Presidente, que derrotaremos Bolsonaro, o governo militar e o fascismo.
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Postagem revista e atualizada dia 16.08.2022, às 20h13: correção de erros de digitação.