por Sulamita Esteliam
Soube pelas redes sociais, via perfil Jornalistas de Minas, que a Rede Minas censurou a entrevista do Guilherme Boulos (PSol), líder do Movimento dos Sem Teto e deputado federal mais votado em São Paulo, transmitida na última segunda-feira.
A ideia preliminar era escrever sobre o resultado eleitoral em Pernambuco e em Minas, mas esse fato do dia me fez mudar o curso.
O Sindicato dos Jornalistas cobrou explicação da empresa pública – diferente de estatal – pela quebra do direito à informação, o que é inconstitucional. A direção da TV saiu-se com desculpa esfarrapada de manter-se “isenta no período eleitoral”, já que Boulos é um dos coordenadores da campanha de Lula à Presidência da República.
A denúncia repercutiu mal e, no início da noite desta terça, a Secretaria de Cultura e Turismo, à qual a emissora está subordinada, voltou atrás e anunciou que veiculará a entrevista no próximo dia 6 de outubro, quinta-feira, às 22 horas.
Tudo nesta vida tem consequências. Ao cumprir seu papel, o Sindicato dos Jornalistas ateou fogo no cabaré do Zema. Dizem que o fogo purifica.
Só que esse jeito sorrateiro de fazer política é aprovado pela maioria dos mineiros e mineiras que reelegeram Romeu Zema (Novo) no primeiro turno. Sem direito a dúvida. Ainda que tenha dado maioria a Lula no estado.
O agradecimento do governador se deu esta manhã, com declaração de apoio ao Coisa-ruim que disputa o segundo turno às eleições presidenciais justamente com Lula, do PT.
Também no Twitter, o perfil Operária Diplomada, da jornalista Eneida da Costa, cravou a ironia:
Alexandre Kalil, candidato ao governo apoiado por Lula, também registrou a desfaçatez:
Trairagem da grossa. O governador de Minas chegou ao desplante de fazer campanha associando seu nome ao de Lula, quando sabidamente é do time do Inominável.
É o que mostra vídeo-denúncia de eleitor de Belo Horizonte, datado de 30 de setembro, publicado no perfil de André Janone, deputado eleito pelo Podemos, e coordenador da campanha digital do candidato do PT e aliados:
Janone diz que os tais baners foram espalhados por Minas inteira. E garante que não há motivo para se preocupar, porque o “Luzema” é real:
Ou seja, a traíragem é fato. No caso, resta ao eleitor mineiro “Luzema” devolver o desaforo, do jeito bem direto e produtivo: fazendo campanha para dobrar a votação de Lula nas Gerais. Até porque, não adianta chorar sobre o leite derramado nem reclamar com o papa.
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Parabéns, Sula!! Precisamos divulgar as atrocidades que ocorrem no nosso estado.
Obrigado, Vilma. A gente tenta fazer o que pode.