por Sulamita Esteliam
Os ataques se repetem a cada eleição nacional, quando o mapa do Brasil fica vermelho, normalmente, de Minas Gerais para cima.
Mas é o Nordeste, a segunda região mais populosa do paneta tupiniquim, que dá um banho de cidadania em todo o resto do país: vermelho, vermelhante, vermelhão, nos nove estados que o compõem.
Nestas presidenciais, são 12,9 milhões de votos a diferença de Lula sobre o Coisa-ruim, compensado as perdas impostas pelo Sul-Sudeste-Centro-Oeste; ainda que São Paulo e Minas tenham dado a vitória ao candidato petista.
É quando aquele lado capataz aflora na classe média estúpida, a mesma que se espalha por nossas praias a cada verão – dou-me o direito à terceira pessoa do plural, depois de 28 anos por aqui, e dois netos, duas netas e um bisneto chapéus-de-couro, com muito orgulho.
O veneno da xenofobia não contamina nosso cuzcuz. Aqui nesta terras o pertencimento fala alto e em bom tom, assim como a alegria e o jeito descontraído de acolher os visitantes. Sem contar a capacidade de rir de si mesmo e tirar onda com a cara de todo mundo.
Quem nasceu para Josué de Castro, Paulo Freire, Manuel Bandeira, Raquel de Queiroz, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Gilberto Gil – dentre dezenas, centenas de talentos, inclusive campeões internacionais em olimpíadas de ciências, matemática e robótica -, não se deixa constranger pela mediocridade bordejante.
Há ataques de todo lado, sobretudo do Sul-Sudeste do país. Só que, este ano, começa pelo ser que nos desgoverna, aquele que obra pela boca; por isso perdeu o primeiro turno das eleições presidenciais, e vai perder no segundo, o cargo e o foro privilegiado.
Na esteira do exemplo, vou ficar com o caso da advogada Flávia Moraes, mineira do Triângulo – até como forma de pedir desculpas ao povo nordestino pelo assédio da filha do estado onde nasci.
A moça acaba de ser destituída do seu posto de vice-presidente da Comissão da Mulher da OAB-Uberlândia. Xenofobia é crime, é racismo; advogada deveria sabê-lo. Não é tolerável, com qualquer povo e em quaisquer circunstâncias.
Assista ao vídeo com a fala do presidente da OAB Minas Gerais, Sérgio Leonardo, que enfatiza: “Preconceito e discriminação não são tolerados aqui”.
Eis o vídeo, recebido pelo perfil @printsminions – o perfil da moça, segundo o UOL/JC On Line, é privado e a conta foi apagada:
A OAB Uberlândia divulgou nota reforçando o caráter pessoal do assédio, posição com a qual não compartilha. A postagem foi posteriormente excluída do Instagram, sem explicação.
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Tudo isso tá me enojando Sulamita! Boa matéria querida ! 👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Não está fácil, Célia. Mas vamos superar essa onda ruim. Abraço e obrigada, querida.