Beagá se entrega a Lula: milhares nas ruas por um novo Brasil

por Sulamita Esteliam

Escrevo com a alma lavada, depois de assistir, à distância, a calorosa acolhida que meus conterrâneos da Macondo de origem deram a Lula neste domingo. Calcula-se que reuniu 120 mil pessoas – alguns falam em 200 mil.

A palavra que mais ecoou pelas redes sociais foi “emocionante”. E várias pessoas, de lá e de outros cantos do país, me enviaram vídeos e fotos da manifestação, que coloriu de vermelho trecho nobre da região Centro-Sul da capital Mineira.

Da Praça da Liberdade à Praça Tiradentes, percorrendo bom trecho da Av. Brasil, um mar de gente sem medo de ser feliz.

O percurso fugiu aos padrões das passeatas da esquerda em Belo Horizonte, para invadir território da classe média cheirosa da cidade.

A lembrar que, em tempos recentes, a Praça da Liberdade se tornou reduto de ativistas da direita extrema. Desde adoradores do golpista Eduardo Cunha – lembra-se do “milhões de…”? – até os aboiadores do Coisa-ruim que desgoverna o Brasil.

Lula estava inspirado, com a língua mais afiada que de costume. Fustigou o adversário com a pecha de mentiroso, o que é verdade,  e até ousou expressões chulas, mas de hábito popular.

Ao recomendar aos eleitores para não aceitar provocações adversárias, fez a galera delirar, ao dizer, alto e bom tom, o que os adversários podem fazer com a insatisfação com sua liderança nestas eleições – segundo vídeo da sequência abaixo.

Claro que Romeu Zema (Novo) não foi poupado. O governador reeleito valeu-se da fraude de associar sua imagem à de Lula na propaganda eleitoral na periferia da capital e no interior do estado. Levou no primeiro turno, com 56% dos votos; no dia seguinte declarou apoio ao inominável.

Lula fez dobradinha com Alexandre Kalil (PSD), ex-prefeito de BH. O atual prefeito, Fuad Norman (PSD) declarou apoio ao candidato do PT, como forma de o município voltar a ter apoio para fazer o que precisa.

Nos discursos, e em entrevista à imprensa, ainda na praça, Lula não se referiu ao “conto do Zema” sobre o eleitor mineiro, mas lembrou,  que “o povo não é gado”.

“Ele (Zema) é livre para apoiar a quem quiser. Só não pode achar que pode tanger o povo para lá e para cá. O povo não é gado, sabe o que está acontecendo com este país.”

Está a cavalheiro, porque venceu o candidato-presidente em Minas por 48,29% a 43,20%. Todavia, perdeu na capital por cerca de 4 pontos percetuais – de 46,60% a 42,53%.

Perdeu de novo, pois a candidatura de Fernando Haddad, em 2018, estava umbilicalmente ligada a Lula, então preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

Daí que o mar de gente que se reuniu para saudá-lo soa como passaporte de resgate da Belo Horizonte libertária, governada 16 anos seguidos pelo PT e/ou aliados.

Ao seu lado, além de políticos locais do PT e de partidos aliados, o cantor e compositor Chico Buarque, que está na cidade com a turnê “Que Tal um Samba?”.

Em brevíssimo discurso, o artista recorrer a um verso-título de canção escrita há 50 anos para manifestar sua confiança no recomeço com Lula:

“Amanhã vai ser outro dia…”

Minas detém o segundo maior colégio eleitoral do país, com cerca de 16,3 milhões de eleitores, dados oficiais do TSE. O primeiro é São Paulo, com 34,7 milhões de eleitores, aproximadamente.

No primeiro turno, 12.655.228 mineiros votaram; um pouco menos que o número total eleitores do Rio de Janeiro, que ocupa o terceiro lugar, com 12,8 mil eleitores.

Deixo o vídeo com a íntegra da manifestação na capital mineira:
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Fontes requisitadas
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