por Sulamita Esteliam
Sob aplausos, críticas e até protestos da sociedade civil, o presidente Lula, eleito e diplomado, como faz questão de ressaltar, concluiu a definição do primeiro escalão de seu governo a tomar posse no próximo 1° de janeiro.
Um ministério que tem pela primeira vez 11 mulheres em postos-chaves para desenvolvimento de políticas sociais e de direitos humanos: saúde, planejamento, meio ambiente, mulher, igualdade racial, povos originários, cultura, esportes; e também ciência e tecnologia, gestão e turismo.
Lula cumpre a cota de gênero: 30% do governo é formado por mulheres aptas a cumprirem seu papel, três delas negras, uma indígena. Caixa e Banco do Brasil também serão presididas por mulheres, gante o presidente eleito. É um bom começo.
Um ministério simbólico e estratégico, que resgata a de diversidade; técnico mas sobretudo político, na perspectiva da frente ampla que garantiu sua eleição.
Um ministério que busca a tal governabilidade, requisito sob chantagem do chamado Centrão, maioria no pior Congresso da história deste país.
E é aqui que cabe a maior das críticas: a entrega do Ministério das Comunicações a um político da União Brasil, é considerado uma espécie de “traição” ao movimento pela democracia no setor.
Parece que não será desta vez que o governo se abstém do que o colega Luís Nassif define como “síndrome de Estocolmo” – situação em que a vítima se encanta com o algoz.
Um furo no compromisso de Lula em garantir melhor atenção e cuidado com área sensível e estratégica, descuidadas nas gestões anteriores.
Outro colega, Renato Rovai, classifica a escolha de Juscelino Silva, golpista de quatro costados, como “erro grosseiro”. Pois digo que é masoquismo incurável.
Há manifesto público a respeito, e é bom que haja. O próprio Lula já disse que este é um governo que precisa e deve ser cobrado. A unanimidade é burra.
Confira as 11 pastas ocupadas por mulheres:
1. Ciência e Tecnologia: Luciana Santos – engenheira elétrica, PCdoB/PEJ
2. Cultura: Margareth Menezes – artista, cantora, sem partido/BA
3. Esportes: Ana Moser – ex-jogadora de vôlei, sem partido/SP
4. Gestão: Esther Drewck – economista, PT/RJ
5. Igualdade Racial: Anielle Franco, jornalista e escritora, preside o Instituto Marielle Franco – PT/RJ
6. Meio Ambiente: Marina Silva – ambientalista, historiadora, ex-ministra da área, deputada federal, Rede/SP
7. Mulher: Cida Gonçalves – ex-secretária de Enfrentamento da Violência contra a Mulher, fundadora da Central dos Movimentos Populares, PT/MS
8. Planejamento: Simone Tebet – advogada, senadora, MDB/MS
9. Povos Indígenas: Sônia Guajajaras – educadora, deputada federal, PSol/SP
10. Saúde: Nísia Trindade – socióloga e professora, preside a Fiocruz, sem partido/RJ
11. Turismo: Daniela Souza Carneiro – pedagoga, deputada federal, União Brasil/RJ
No time masculino no primeiro escalão, há apenas um negro: Sílvio Almeida, sociólogo.
Os nomes:
1. Advocacia-Geral da União: advogado, Jorge Messias – servidor de carreira
2. Agricultura e Pecuária: Carlos Fávaro – agrônomo, senador, PSD/MT
3. Casa Civil: Ruy Costa – economista, governador da Bahia por dois mandatos – PT/BA
4. Cidades: Jader Filho – empresário, presidente MDB/PA
5. Comunicações: Juscelino Silva – médico, deputado federal, União/MA
6. Controladoria-Geral da União: Vinicius Carvalho, advogado, ex-presidente do Cade – PT/SP
7. Defesa: José Múcio – engenheiro civil, ex-ministro de RElações Internacionais, presidiu o TCU, PTB/PE
8. Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar: Paulo Teixeira – advogado, deputado federal PT/SP
9. Desenvolvimento, Indústria e Comércio: Geraldo Alckmin – vice-presidente eleito, ex-governadir SO, PSB/SP
10. Desenvolvimento Social: Wellington Dias -, quatro vezes governador do Piauí, deputado federal, PT/PI
11. Direitos Humanos: Sílvio Almeida – pós-doutor em Direito, professor universitário, preside o Instituto Luiz Gama.
12. Educação: Camilo Santana – agrônomo, governador do Ceará por dois mandatos, PT/CE
13. Fazenda: Fernando Haddad -, professor de Ciência Política, advogado, mestre em Economia, doutor em Filosofia, ex-ministro da Educação, criador do Prouni, PT/SP
14. Gabinete de Segurança Institucional (GSI): General Gonçalves Dias, general da reserva.
15. Integração e Desenvolvimento Regional: Waldez Góes, givernador do Amapá, (migra do PDT para o União/AP)
16. Justiça e Segurança Pública: Flávio Dino – ex-juiz feceral e governador fo Maranhão, PSB/MA
17. Minas e Energia: Alexandre Silveira – advogado, senador, PSD/MG
18. Pesca e Aquicultura: André de Paula – advogado, PSD/PE
19. Portos e Aeroportos: Márcio França -, ex-governador de São Paulo, preside o Instituto João Mangabeira, deputado federal, PSB/SP
20. Previdência Social: Carlos Lupi – professor, presidente nacional do PDT, RJ
21. Relações Exteriores: Mauro Vieira – diplomata de carreira, ex-chanceler, embaixador na Croácia.
22. Secretaria de Comunicação Social (SECOM-PR): Paulo Pimenta – jornalista, deputado federal, PT/RS
23. Secretaria das Relações Institucionais: Alexandre Padilha – médico, ex-ministro da Saúde, deputado federal, PT/SP
24. Secretaria-Geral da Presidência: Márcio Macedo – biólogo, vice-presidente do PT, deputado federal, PT/SE
25. Trabalho: Luiz Marinho – prefeito de São Bernardo/SP, ex-ministro do Trabalho e Previdência, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos ABC, PT/SP
26. Transportes: Renan Filho – econo.ista, governador de Alagoas, senador, MDB/AL
Lula também anunciou os líderes do governo no Legislativo: Randolfe Rodrigues (Rede-AP) no Congresso; José Guimarães (PT-CE) na Câmara dos Deputados e Jáques Wagner (PT-BA) no Senado.
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Fonte requisitada:
Foto: Ricardo Stuckert
*** Postagem revista e atualizada dia 30.12.2022, às 9h44 e às 19h42: correção/inclusão da identidade política e acadêmica dos indicados ao Ministério Lula.
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