por Sulamita Esteliam
Durou pouco minha retomada televisa ao noticiário brazuca. Sexta à noite, por descuido, parei alguns minutos em frente a telinha, o suficiente para ter engulhos.
Todavia, o bastante também para certificar-me de que o governo Lula, quando atinge em cheio as certezas de comentaristas estelares, está se saindo melhor do que encomenda.
No que toca à política externa, sobretudo: à revelia da crítica de plantão, mesmo a não-estelar: os grupos autodenominados de esquerda exemplar, estão sempre de pavio aceso para incinerar as ações governamentais.
Não obstante, quando Eliane Castanhêde, da Globo News, por exemplo, se contorce em caras e bocas com as palavras do presidente brasileiro em seu discurso na visita à China, é sinal de que Lula exercita boa pontaria.
Observe-se que o mal-estar patronal, incorporado e manifestado ao vivo, não se deu sobre o alinhamento com o dragão, especificamente, mas com as bodocadas na águia.
Como assim, Lula ousa criticar o berço da democracia mundial? E a empáfia do outro, comumente mais equilibrado, Jorge Pontual, a explicar ao presidente por que o dólar assume o poder de moeda internacional, quando se estabelece alternativa estratégica?
Ridículo é pouco.
Aí perdi a paciência, e fui maratonar Lúcifer. Descobri, em minhas horas de não fazer nada, depois que retornou ao inferno, para botar ordem na demoniada em rebeldia, o diabo anda mais engenhoso.
Resta uma temporada a recuperar, e a coisa anda quente, no céu e na terra, mais do que nas trevas.
É praxe mundo afora dar-se aos governos 100 dias de refresco para tomar conduzir o barco no rumo de suas pretensões.
Escrevo aos 105 dias, quando o presidente do Brasil já, ou ainda, está nos Emirados Árabes – para não deixar a semana passar em brancas nuvens.
Lula e equipe pegaram o barco fazendo água por todos os lados, tiveram que navegar, remendar o casco e escapar dos abalroamentos a estibordo, fogo cruzado e tempestades, tudo ao mesmo tempo.
Com tentativa de golpe, sem base no Congresso, com o caixa furado, com má vontade da mídia de sempre e o Banco Central na artilharia reversa. Com terror contra indígenas, crianças e escolas, com tudo.
Euzinha, que ando procrastinando o meu fazer criativo, e buscando força e inspiração para a necessária mas difícil retomada, chego a ter taquicardia com tamanha faina. E até criei um mote para etiquetar o movimento simultâneo em todas a direções: Jornada para o Futuro.
Só que o futuro, bom não esquecer, é aqui e agora, com rota de navegação e mãos firmes no leme. Nas palavras do comandante: “O Brasil voltou”.
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