22 anos depois, justiça por Lucas Terra!

por Sulamita Esteliam

Vem da Bahia a notícia da semana a nos lembrar que direitos humanos é luta renhida, onde não cabe baixar a guarda.  Muito menos em nome de Deus ou de seu filho.

Jesus se fez homem para distribuir amor, solidariedade e esperança, e não para fazer coquetel de consciências, a serviço de interesses e atos escusos de quaisquer natureza.

Vinte e dois anos depois, dois pastores assassinos, e possivelmente violadores, do garoto Lucas Terra, de 14 anos, foram condenados a 21 anos de prisão, em regime fechado. O julgamento aconteceu em Salvador, e durou três dias.

A condenação por homicídio triplamente qualificado põe fim à luta de mais de duas décadas da mãe, Marion Terra, contra a impunidade, e ela celebrou, emocionada. O pai de Lucas não não sobreviveu para ver a justiça ser feita, e é incluído pela viúva na catarse.

Agora vou fechar meu luto, e continuar apoiando as famílias que muitas vezes perdem a esperança de lutar.

Pastores assassinos
Os algozes – Foto: reprodução tv

Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda é o nome dos réus; dois pastores pedófilos e hipócritas da Igreja Universal do Reino de Deus, fé processada pela vítima e sua família. O crime aconteceu em Rio Vermelho, quando os dois tinha 10 anos de ministério.

É o que se deduz da nota  divulgada pela Universal, testemunhando o “caráter ilibado” de seus evangelizadores “em 32 anos de ministério”.  Se Cristo ainda dormisse o sono eterno no túmulo, ressuscitaria de indignação. A igreja não se manifestou sobre a condenação de seus pastores.

A qualificadora da sentença. que aumentou de 18 para 21 anos o tempo da condenação, se baseia no motivo torpe; vingança, que encerraria dois motivos;  o flagrante do jovem sobre relação sexual entre os dois pastores, dentro de uma igreja, e a resistência ao assédio sexual de ambos, que passou a ser vítima.

Outros agravantes: emprego de meio cruel por uso do fogo e impossibilidade de defesa da vítima. A queima do corpo impossibilitou provar o crime de estupro. E a ocultação do cadáver foi considerado pela juíza, mas não entrou na contagem de tempo da sentença porque é crime prescrito.

A condenação se deu com base em depoimentos de 15 testemunhas ao longo de dois dias, e provas técnicas.

Há um terceiro pastor da mesma igreja envolvido no crime. Trata-se de Sílvio Galiza, que foi julgado e condenado em 2006, cumpriu três anos e está em liberdade …  Depois da condenação, ele apontou os colegas como violadores e assassinos de Lucas.

Um vídeo com o depoimento de Galiza, que se diz ameaçado de morte pelo colegas assassinos, foi usado como prova técnica no tribunal do Júri.

De acordo com o MP-BA, Fernando e Joel usaram Galiza para atrair Lulas, que teria sido abusado sexualmente, torturado, transportado num caixote no carro do Fernando Aparecido para o terreno aonde foi queimado vivo.

Os réus, entretanto, cumprem pena em liberdade, pois a sentença ainda não transitou em julgado, cabe recurso em instância superior. É a lei. A juíza Andréia Teixeira Lima Sarmento Netto, que presidiu o julgamento, não vê risco em deixá-los livres.

Note-se que ambos são casados e pais, o que coloca suas famílias, agora, na categoria de vítimas, também, ante a perspectiva da perda do convívio e a real perda de reputação.

A diferença é que, caiu a máscara e isso pode salvar outras crianças da mesma barbaridade; há dor, mas os que choram com a condenação estão todos vivos.

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Com informações de:

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