por Sulamita Esteliam
O Brasil não se cansa de expor ao olhos de sua gente e do mundo a estupidez dominante, em toda e qualquer oportunidade. Na tarde desta terça, 25, três mil índios foram recebidos a bomba de gás lacrimogênio e tiros de balas de borracha pela PM do Distrito Federal.
Eles e elas que já foram donos de todo este quinhão, estavam reunidos no 14º Acampamento Terra Livre, na capital da República, o maior dos últimos tempos. Caminharam sobre a Esplanada rumo ao Congresso Nacional para exigir a demarcação de suas terras ancestrais.
Caminhada pacífica. Mulheres e h0mens, idodos e crianças. #DemarcaçãoJá!
Um cortejo fúnebre, em protesto contra o genocídio que dizima a população indígena, desrespeita seus territórios, seus corpos, seus direitos, sua cultura. Carregavam dezenas de caixões, o número de mortos só em 2015: 54 índios, lideranças de seu povo.
Os caixões foram colocados no espelho d’água do Congresso, e os manifestantes se dirigiam para a parte inferior do prédio, onde fica a chapelaria. Aí começou o pipoco.
Muitos passaram mal. Ouve índio espancado a golpes de cassetetes. Deveriam ter respondido com bordunas?
Bestialidade. E depois os índios é quem são os selvagens…
Uma vergonha que o governador do Distrito Federal, o “socialista” Rodrigo Rollemberg, poderia dispensar do seu currículo. Embora não seja a primeira demonstração explícita de truculência desnecessária de sua gestão.
E o PSB, que arrulha arrependimento da participação golpista, está longe de merecer o S que carrega na sigla.
Assistam ao vídeo de Daiara Tukano, correspondente da Rádio Yandê, em Brasília: