por Sulamita Esteliam
Cultura é Educação, e a recíproca é verdadeira. Cultura é política e Educação também, ainda que, de formas várias, queiram anular a recíproca.
Não se trata, apenas de jogo de palavras, e sim de jogo de conteúdos. E o jogo é pesado, mas o jogo é jogado.
E é essa a síntese que Beagá, a minha Macondo de origem, mostra ao Brasil e ao mundo nesta sexta-feira, 16: um ao cultural para mudar o rumo da política.
A capital mineira, uma vez mais, se mostra à altura da resistência simbólica das Gerais e do Geraes.
A Gerais que, supostamente, é de todos, portanto síntese. Mas o Geraes que nos confins nos lembra que nunca foi, e continua não sendo tão geral assim, muito antes pelo contrário.
Apesar da síntese, e talvez por ela.
A despeito, tentemos concordar: não se trata apenas de mais um ato, como outros recentes, ou no túnel do tempo.
Exigir que o povo retome o leme da condução deste país-continente é essencial. Eis nosso fazer permanente. Esse povo, sempre, tão maltratado por quem se acha dono, ao revés da sua gente.
Para a Praça da Estação convergem, em todos os tempos, o grito dos inconformados.
É ali a praia da juventude, dos que não se importam em ser diferente, e também dos desvalidos, e do povo que se pertence, mas nem por isso deixa de ser desconsiderado.
Uma metáfora de nação, um Brasil que precisa dizer que há e permanece.
Onde a cidadania aflora, o golpe decepa.
Vai ser sempre assim, até quando?
É um volver constante, um recomeçar permanente, um sacudir incessante de uma letargia a adormecer os sentidos, como veneno inoculado nas consciências do porvir…
Por que não explode?
Quarenta anos passados.
O que eram centenas de estudantes reunidos, em 04 de junho de 1977, outras centenas de estudantes barrados pela repressão, duas centenas e meia de presos enquadrados por atentar contra a segurança nacional.
E um congresso que não houve.
Mas um despertar que ecoou, e sacudiu o “não é comigo”, e marcou as pedras do caminho, só removidas mais de década transcorrida.
Hoje são milhares nas ruas, e um congresso de milhares de jovens, vindos dos sete cantos do país.
É o nosso futuro dizendo, presente!
Vários pontos em conexão, em pauta ampla, de múltiplas faces – para reconectar o Brasil com a Democracia. Para dizer não ao arbítrio e ao retrocesso.
Em Beagá, desta vez, não há repressão.
Ora, dirão, isso é democracia!
Não, não é.
São tempos de treva, de lambança e de trapaça.
Começamos a despertar.
Quem sabe, desta vez vai… !?
Então, vamos pela ordem: primeiramente, #ForaTemer!
E vê se #AnulaSTF.
#DiretasSempre.
#ReformaPolítica
#EleiçõesGerais
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Legenda única do #MinasPelasDiretas – fotos: Mídia Ninja:
Alto: as mineiras Aline Calixto e Marina Machado no ato cultural; a passeata dos estudantes pós-ato público na Praça Afonso Arinos, rumo à Praça da Estação
Centro: cenas do 55º Congresso Nacional da Une, que reuniu milhares no Campus da UFMG; dentre os convidados dos múltiplos debates, a secundarista paranaense, Ana Julia na mesa sobre o PNE -Plano Nacional de Educação e Financiamento de educação pública; Mãe Beth de Oxum, líder popular de Olinda-PE; Fernando Haddad, ex-ministro da Educação dos governos Lula e ex-prefeito de São Paulo; Guilherme Boulos, líder nacional do MTST