por Sulamita Esteliam
Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão. Luiz Inácio Lula da Silva encerrou nesta terça, 05 de outubro, a Caravana Lula pelo Brasil. Reuniu multidões em cada praça, auditórios, estradas e colecionou mais cinco títulos de Doutor Honoris Causa e alguns de cidadão honorário, dentre outras honrarias.
Quem pode, pode… Por isso, segue caça.
Foram 32 cidades visitadas nos nove estados do Nordeste, e dezenas de paradas coercitivas: o povo na estrada clamava por Lula. Significa 4.440 quilômetros percorridos em 20 dias; de ônibus. E o homem tem 71 anos, a dois meses de iniciar novo ciclo.
“Uma viagem que começou com uma estação de metrô vibrando de cantos de apoio e incentivo em Salvador, atravessou o rio São Francisco ao encontro de um mar de sorrisos que aguardava em Penedo, e hoje é marcada pelas imagens das multidões que cercam os ônibus como a abraçá-los”, escrevem as repórteres Clarice Cardoso e Mariana Zorcolli, da Agência PT.
Foi assim em cada município e pelo meio do caminho. Como que a desejar-lhes boa viagem até o fim da jornada.
E a mídia venal fez que não viu.
Ao contrário da imprensa internacional, e da mídia alternativa e independente.
Tempo de reconquista, escreveu um jornal alemão.
Qual o quê! O que é do homem, o bicho não come, diz a sabedoria popular.
“Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado por corrupção em julho. Agora ele está na estrada mobilizando aqueles que se ergueram da pobreza”, anota o correspondente do inglês The Guardian.
O jornalista Dom Philip registra a fala de um sertanejo de 65 anos, com admiração pelo uso do ‘nome completo, coisa rara no Brasil’: “Você conhece um fenômeno maior que Luiz Inácio Lula da Silva?”
Eis a questão.
“A coisa mais extraordinária que descobri é que em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, jornalistas e donos de veículos de jornais e TV creem que as mentiras (contadas sobre ele, Lula) fazem a cabeça do povo nordestino, pois estão equivocados“, reproduz a Telesur.
Os coletivos Jornalistas Livres, Brasil de Fato e Mídia Ninja se uniram para cobrir a caravana em tempo real, e a memória está lá.
Captaram a simbiose – esta é a palavra – do povo com o homem que lhes mostrou o sentido do acesso à dignidade.
No meio do caminho, um ano da oficialização do golpe. E Lula observou, em Ouricuri, no sertão pernambucano:
“Tiraram a Dilma para barrar as conquistas sociais. É a única razão que encontro.”
A presidenta Dilma, a legítima, aliás, se reuniu a Lula e à caravana no Recife. E depois foi ao Rio em ato que rememorou o golpe fraudulento, travestido em impeachment sem crime de responsabilidade.
Difícil escolher uma foto de destaque dessa jornada da esperança pela região mais sofrida deste País – até os governos Lula e Dilma.
Cada emoção, cada gesto, cada encontro, cada encantamento registrados com maestria por Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial do ex-presidente, desde Brasília.
Um mar de gente em cada ponto de passagem.
A voz foi embora, mais de uma vez, e requereu cuidados médicos, no Ceará, a sétima estaçã0. E ainda havia o Piauí e o Maranhão.
“Foi amor, sim, amor à primeira consulta”, diz um dos médicos que atendeu Lula.
Sedução inescapável.
A tal ponto, que Luis, com S, e Henrique ao invés de Inácio, precisou escrever a respeito; texto publicado na Rede Brasil Atual:
“Lula é um ser humano lindo, carinhoso… Ele olha pra gente como se estivesse olhando para nossa alma.”
Já escrevi sobre essa catarse aqui no blogue, mais de uma vez. Ninguém fica imune à presença de Lula – nem seu carrasco auto-escolhido justiceiro, Moro de Curitiba e Maringá.
No espírito, inverto os versos de Fernando Pessoa, ciente de que tudo nesta vida tem preço e reverso.
Se a alma não é pequena, tudo vale à pena.
“Eu tô cansado, mas tô feliz da vida. Esse é o cansaço da batalha, da labuta, não é o cansaço da preguiça. E se eles querem me derrubar, que venham pra rua.”
O Nordeste, berço de Lula, é o princípio. O povo é o fim.
Assista ao ato de encerramento, na Praça Dom Pedro II, em São Luiz do Maranhão:
A cobertura completa da caravana Lula pelo Brasil pode ser acessada, também, no sítio do Instituto Lula; cidade por cidade, estrada por estrada, a cada ato público e solenidade.
O A Tal Mineira publica um ensaio com as fotos escolhidas pelo autor e publicadas em seu perfil no Facebook, e outras agregadas a partir do IL. A cobertura fotográfica completa pode ser vista no Flickr do Instituto Lula.
Fotos: Ricardo Stuckert/Instituto Lula