
por Sulamita Esteliam
No afã das despedidas, como diria minha mãe, “comi rua” o dia inteiro e a noite de quarta-feira me pegou extenuada de cansaço. Caí na cama e dormi feito uma pedra até a madrugada.
Ainda assim, não tive ânimo para chegar ao blogue antes do meio da manhã.
Então, antes da postagem escolhida para “iniciar o ano”, como diz meu cunhado Betinho, compartilho informações colhidas na postagem na rede de matéria da edição impressa da insuspeita Folha SP.
Conta que já chegam a 10 o número de executivos de empreiteiras das obras do Rodoanel paulistano que delatam trânsito de propina para o tucano José Serra, via operador Paulo Preto, como é conhecido o ex-diretor da Dersa, empresa de desenvolvimento rodoviário controlada pelo Governo de São Paulo.
O senador e atual chanceler do desgoverno usurpador golpista, Aloysio Nunes, também do ninho paulista, é outro nome envolvido nas denúncias.
São eles: Benedicto Junior, Roberto Cumplido, Carlos Armando Paschoal, Luiz Eduardo Soares e Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, da Odebrecht; Flávio Barra, da Andrade Gutierrez; Léo Pinheiro e Carlos Henrique Barbosa Lemos, da OAS; Carlos Alberto Mendes dos Santos, da Queiroz Galvão Engenharia e o lobista Adir Assad.
A reportagem chama a atenção para um detalhe: os depoimentos ou delações são convergentes, e sem quaisquer contradições sobre o assunto em pauta.
“Os depoimentos dos dez executivos fazem parte do inquérito da Polícia Federal que tramita no Supremo Tribunal, do qual a Folha obteve cópia. Diferentemente do que ocorre em dezenas de delações, nas quais incongruências e variações na narrativa são comuns, os relatos sobre Souza são similares.
O que os executivos contam é que Souza, diretor de engenharia da Dersa no governo Serra, pediu a dez empreiteiras que fizeram o trecho sul do Rodoanel um suborno equivalente a 0,75% de tudo que elas recebessem. Como a obra custou R$ 3,5 bilhões em valores da época que foi inaugurada, em abril de 2010, a propina de 0,75% seria de R$ 26,3 milhões.”
Fatos? Os acusados negam, veementemente.
Se é propina, basta seguir o dinheiro. E ele está muito bem guardado numa conta de Paulo Preto na Suíça, conforme a própria Polícia Federal. A bagatela de R$ 113 milhões, poupança incompatível com o salário de executivo de empresa mista.
Naturalmente que não há qualquer pedido de busca e apreensão e muito menos de prisão coercitiva ou preventiva, muito menos temporária para Paulo Vieira de Souza.
Afinal, Paulo Preto é tucano, e não se deixa um companheiro pelo caminho…
E ah, sim, a roleta do STF não é viciada, mas o processo, convenientemente, caiu para Gilmar Mendes relatar.
A reportagem é compartilhada, também, pelos blogues Tijolaço e Falando Verdades – este, a partir do SP 247.