
por Sulamita Esteliam
Sou suspeita para falar de AHÉcim, que conheci pouco mais do que um moleque carregando pasta para o avô Tancredo Neves, e não tolero. Apesar de nossa pouca diferença de idade, Euzinha já era repórter de Política e mãe de uma dupla.
Parênteses para explicar a ausência: aliás, na terça foi aniversário da minha segunda, que está recomeçando a vida em meio a fraldas e papinhas, depois de 15 anos de jejum. Disposição e saúde não lhe faltam. Fomos celebrar, minimamente. Que o Universo siga bom cúmplice.
Sempre foi um entojo, o Aécio, guindado ao estrelato pela longa agonia de seu protetor, que mesmo sendo a raposa felpuda que foi, deve revirar-se no túmulo por ter nos legados esse engodo.
E lá se vão 33 anos do desfecho, agora dia 21 de abril. Felizmente, a última vez que, profissionalmente, nossos caminhos se cruzaram foi no aniversário de um ano da morte de Tancredo, em São João Del Rey.
A mídia se encarregou de transformar o garoto mimado em herdeiro político do homem que o Brasil imaginava ser o redentor de sua carência democrática.
Na verdade, Tancredo urdiu nos bastidores para que a transição se desse via Colégio Eleitoral e não por eleições diretas.
E deu no que deu. A Emenda Dante de Oliveira, que possibilitava o retorno do voto popular para a escolha foi derrotada na Câmara, e eis que o avô do garoto-problema, e o futuro confirmaria as suspeitas, foi a solução conveniente.
Ao que parece, o “playboy das Alterosas”, não, do Leblon, depois de jogar no limbo o País, tornou-se descartável por seus pares. Despido de proteção política, cai a venda dos senhores e senhoras de toga. Como que a dizer que a lei é para todos.
Torná-lo réu por ter recebido propina da JBS é, a essa altura, inevitável. Tipo ensaio de pau que dá em Lula dá em Aécio.
Se fosse para valer, seria a primeira carta a pular do baralho múltiplo e viciado.
Mas, a verdade é que há uma distância abissal entre ser réu e ser julgado, e ir para a cadeia. Está aí o Renato Azeredo para não nos deixar ter ilusões.
Justiça célere, só quando vem ao caso.
E a lei, ora a lei…!
Gilberto Maringoni, jornalista, cartunista e professor de Relações Internacionais, tem toda razão: não há o que comparar.
NÃO HÁ TERMO DE COMPARAÇÃO, GENTE…
Gilberto Maringoni – no Facebook
Não existe nenhuma isonomia de tratamento entre Lula e Aécio por parte da pocilga que se denomina justiça.
Lula é líder absoluto das intenções de voto para a presidência e está em pleno vigor de sua atividade. É capaz de arrastar multidões, unificar o que existe de melhor nas forças democráticas brasileiras e de comover a opinião pública internacional.
Aécio é um político decadente, desacreditado e desmoralizado. É um soba de província em vias de desaparecimento.
A prisão do ex-presidente desestabiliza a vida institucional brasileira e representa um ato arbitrário contra a vontade de milhões de pessoas.
A abertura de processo contra o mauricinho das alterosas não faz a menor diferença nem mesmo para seus supostos amigos. É um morto-vivo.
Não há igualdade, não há nada. Há apenas carniça sendo oferecida ao distinto público para salvar as aparências do lumpesinato togado.