Os senhores da guerra e o banho de sangue palestino na Faixa de Gaza

por Sulamita Esteliam

 

Opressão” é o nome deste cartoon assinado pelo querido amigo Cau Gomez que denuncia a carnificina patrocinada por Israel na Faixa de Gaza. Vai na veia.

Desde a segunda-feira, 14 até a terça, 15 já são ao menos 62 mortos e centenas de feridos na ação do exército de Israel na fronteira da discórdia.

É a maneira israelense de celebrar os 70 anos de fundação do Estado de Israel. Bem ao seu modus operandi histórico: exercitar o poder pela força desproporcional, sem limites para a crueldade.

A ofensiva se dá sobre os protestos contra a transferência da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém, nesta segunda.

Uma provocação de Trump, definida em dezembro do ano passado. Um capricho eleitoral que viola todos os tratados internacionais, e põe abaixo as tentativas de diálogos pela paz no Oriente Médio.

Tanques, bombas e armamentos pesados, fornecidos pela indústria bélica dos Estados Unidos, contra estilingues.

Por mais que Israel e seus aliados atribuam ao Hamas a culpa pelo conflito. Na verdade, de barbárie se trata, o que justifica a condenação de líderes internacionais.

A começar pela Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que denuncia um “massacre”:

“O que vimos em Jerusalém hoje não foi a abertura de uma sede diplomática, mas a inauguração de uma ‘instalação de guerra norte-americana’.”

Os Estados Unidos não se mostram nem um pouco preocupados com o banho de sangue promovido pelos soldados israelenses contra manifestantes palestinos, aponta a imprensa mundial. “Apoiam Israel sem reservas”, observa o jornal francês Le Monde.

No mesmo diapasão, o El País espanhol vai ao ponto:

“Trump cede a Israel sua política para o Oriente Médio. A mudança da embaixada para Jerusalém completa um ciclo pró-Israel a que se soma à ruptura do pacto com o Irã e o fim da solução de dois estados na Palestina.”

Leio no DCM que o palestino Fadi Abul Selmi, de 30 anos, na foto abaixo, é um dos mais de 60 mortos nestes dois dias de ataques do exército israelense, muitos deles civis desarmados.

Selmi teve as duas pernas amputadas em 2008, em consequência de bombardeio de Israel na Faixa de Gaza. Era um dos “terroristas” contra os quais Israel tem que se proteger.

Foto capturada pelo autor no Twitter/Alexkane

Tiago Barbosa, autor do texto, faz uma ressalva importante para explicar o porquê de dar atenção ao massacre do outro lado do mundo, quando vivemos aqui em Terra Brazilis tempos de opressão e arbítrio.

Reproduzo o trecho, e assino embaixo:

“É até aviltante falar em violência do outro lado do mundo quando a gente descarta, todos os dias, milhares de vidas jovens, negras e pobres sob o céu de um Brasil maculado por desigualdade e criminalidade. 

Mas a morte desse palestino é simbólica por representar em tudo o desprezo absoluto dos poderosos pela vida dos flagelados: tanques contra cadeira de rodas, bombas contra pedras, militares contra gente.

É o expediente de qualquer estado covarde para calar, à força, a voz dos oprimidos.

O horror, de fato, não faz distinção geográfica.”

Fecho com o vídeo do coletivo Pavio, sobre a intervenção militar no Rio de Janeiro, sob a ótica dos “ocupados”.  Está publicado no Vi O Mundo. Paralelo inevitável, dentre tantos. A calhar:

 

Com Carta Maior e Opera Mundi, além dos citados.

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