
por Sulamita Esteliam
Dei mil e uma voltas para definir a postagem do dia, nesta noite de sexta-feira de São Pedro, migrando para São Marçal. Não conhecem? Pois o povo maranhense sabe de que estou falando, e no momento em que escrevo lota a praça de eventos em São Luís para o encontro de bois que celebra a passagem de um santo para outro.
Mas isso é outra história. A História que está em curso no cenário brasileiro é se vamos continuar a agir feito vacas de presépio e bois no corredor do matadouro, ou se vamos mudar o rumo da história que nos impuseram os golpistas, crocodilos do papo amarelo.
O Brasil é grande demais, é bonito demais, é diverso demais, para caber na pequeneza de um golpe de Estado, vista terno e gravata e/ou toga, empunhe gargantas, ou armas, ou microfones em nome da ganância e do complexo de vira-latas, ou seja do que for.
Eles estão no comando, aparentemente. O tempo é senhor da razão. E a memória é nosso guia, vá lá…
Não, não vou falar do óbvio e ululante, que resume o último dia útil do mês que precede as férias escolares: a negação do Sistema de Justiça, a afronta à democracia. Aquele e/ou aquela que arquiva processo contra AhÉcim, no notório caso de Furnas, permite um juizeco de primeira instância afrontar o Supremo, que, por sua vez desconhece todo e qualquer recurso constitucional contra o prisioneiro Lula da Silva.
Golpe é golpe.
Digo, em contrapartida, que, mesmo não sendo mais eleitora nas Minas Gerais, o que lamento a essa altura do jogo, estou muito feliz com a decisão da presidenta Dilma Rousseff, a legítima: embarcar no trem danado das eleições como candidata ao Senado pelo meu estado natal em uma viagem que gostaria muito de partilhar com ela.
E com que disposição o faz! Dilma, sendo Dilma, brandindo o coelhinho na cabeça dos incautos, me deixa arretada de contente.
Confesso que há dias em que baixa uma preguiça enorme de ter que repetir a mesma coisa, sempre, como um mantra.
Aí, vem uma luzinha, que teima em piscar, um quase nada que pisca-pisca, pisca-pisca, e de repente explode em luz, e revigora o espírito, e lhe recorda o porquê de estar aqui, e agora.
Meio que o rio que se cansa de contornar os obstáculos, joga para as barrancas o entulho e eclode em pororoca.
Salve, Dilma! Ave, guerreira!