
por Sulamita Esteliam
Todas as vezes que leio uma notícia do tipo que compartilho logo abaixo, me lembro da frase da presidenta Dilma Roussseff, a legítima, quando acossada para ceder à lambança e fazer mais do mesmo, de sempre:
“Não vai ficar pedra sobre pedra.”
Pois digo que as trincas do pote já estão a fazer água, falta pouco, muito pouco, para quebrar e esgotar de vez.
Vale interromper o sagrado ócio do domingão para postar o que se segue. Tenho vivências e ecos do lento e gradativo despertar do Brasil no fim de semana, mas vou deixar para a segundona, pois que também é exigir demais da criatura.
Por hoje fico na palinha da foto que abre a postagem: Dilma bafejada num restaurante de Beagá, na sexta que passou. Capturada no FB/Betinho Duarte, parceiro de lutas, desde sempre. Agrego alguns comentários só para ponto de cotejamento com o que vem a seguir.
Antes, só uma observação: se este fosse um país decente, o golpe que destitui Dilma Roussef num impeachment fraudado seria nulo de pleno direito. Aliás, o correto, para a restaurar nosso simulacro de democracia a um mínimo aceitável, seria o STF cumprir seu papel institucional e restituir, pela força da Constituição, o mandato à presidenta legítima, para que ela, ao menos, possa fazer a transição.
Mas, como, se o STF é parte do processo? E cadê que alguém, que pode influir, se mexe para fazer acontecer!?
Dito isso, escolho reproduzir a notícia comentada pela assertividade do incansável colega Fernando Brito, do Tijolaço:
Nardes, do TCU: homem das pedaladas caiu da bicicleta
por Fernando Brito – no Tijolaço
Dá a coluna de Lauro Jardim, em O Globo, que a ação de busca e apreensão realizada na casa de Augusto Nardes, ministro do TCU que acusou a ex-presidenta Dilma Rousseff pelas tais “pedaladas fiscais” – que, afinal, não eram coisa alguma – encontrou uma “escritura de gaveta” que trata da compra de uma fazenda próxima a Brasília por R$ 3,5 milhões de reais.
A transação consta na declaração de bens apresentada à fazenda pelo “pedaleiro” como sendo no valor de R$ 400 mil.
Diferença, portanto, de R$ 3,1 milhões.
Justamente o valor dos depósitos que a Polícia Federal encontrou nas contas dos devedores, carreados por intemédio de Luiz Carlos Velloso, ex-auxiliar, na secretaria de Transportes do Rio de Janeiro, da trinca Sérgio Cabral, Pezão e Júlio Lopes, deputado do PP e vice-líder do governo Temer.
Não é irônico, é nojento que um desqualificado que, ministro da Corte de Contas públicas, um sujeito roube desta maneira e se atreva a sugerir que, sem provas ou motivos, uma mulher honesta seja derrubada do governo que conquistou pelo voto.
Mas o Brasil desta gente é assim mesmo: repugnante.
Nardes, o das pedaladas, vai cair da bicicleta. Mas é pouco para quem ajudou a jogar o Brasil no pedrisco do autoritarismo.