Os juízes de plantão no país do faça o que eu digo e não olhe o que eu faço

por Sulamita Esteliam

Juízes se acham deus. Se autoproclamam senhores de uma espécie de onipotência e onipresença que avilta o sentido de consciência que deveria presidir o falar e o agir de uma sistema que se chama Justiça.

A mídia se locupleta, tecendo tramas a partir de falas, que sem dúvida provoca, no afã de informar ou enredar. O tricô da semana trata de imobilizar as possibilidades franqueadas pela Constituição, e reconhecidas pelo próprio TSE, da candidatura Lula.

Um desembargador, como Luiz Fux, que, na presidência do tribunal, se presta a balões de ensaio sobre o veredito do TSE num processo que inexiste – até pelo menos que o PT registre Lula como seu candidato a presidente da República nas eleições de outubro deste ano.

Agem incensados por parte da sociedade que se acha a dona da razão. Contrariam, fazem vistas grossas, juízes e sociedade ao que determina a lei e o bom senso. Escamoteiam as repercussões internas e externas sobre abuso de poder e perseguição jurídico-política.

E não apenas, sentam sobre a própria cauda, quanto a posturas éticas e de transparência que exigem de outrem. Na maior chalaça.

Ninguém está acima da lei, menos os senhores todo-poderosos que deveriam ajoelhar-se diante dela – no mínimo, para dar exemplo.

O que se traduz, na verdade, o tamanho do imbróglio em que se meteram os golpistas, com STF com tudo. Leitura formidável no luxuoso traço do Renato Aroeira, que encima esta postagem.

Dois textos a respeito merecem ser lidos para reflexão: um, do colega Fernando Brito, no Tijolaço, fala sobre mais uma tentativa de impor a Lula a mordaça do silêncio, o que significa calar a voz da maioria do povo brasileiro; o outro é o comentário do colega Bob Fernandes no jornal da noite de segunda, na TV Gazeta sobre a desfaçatez de toga a perpertuar o desprezo pelos gentios e a indiferença pela Nação, desde tempos imemoriais  – direto e reto, como é seu estilo.

O primeiro pode ser lido clicando na marcação acima. Transcrevo o segundo, abaixo do vídeo capturado no Youtube.

O Judiciário de celebridades… A Moralidade elástica

por Bob Fernandes – na TV Gazeta

O juiz Moro diz que a eleição pode pôr a Lava Jato “em risco”. No “Valor Econômico” o repórter Ricardo Mendonça informa:

-Moro não registrou no sistema de transparência da Justiça Federal sua participação como palestrante em Nova York; num evento do Lide, empresa da família de João Doria.

Palestra em 16 de Maio. Segundo o Valor, o registro deveria ter sido feito em até 30 dias.

Em maio, Moro foi a Nova York também para ser homenageado como “Homem do Ano”. Então, na Folha, Daniela Lima informou…

…Ao menos 7 bancos, brasileiros e estrangeiros, patrocinaram a homenagem a Moro. A Petrobras também. Cada um pagando US$ 26 mil por mesa do evento.

O juiz Bretas disse temer que a eleição presidencial interfira na Lava Jato.

Disse isso estrelando evento paralelo da Flip, em Paraty. Bretas numa Feira Literária… Deve ser por já ter citado trechos da Bíblia em sentenças.

Por que Bretas e a mulher, Simone, também juíza, recebem auxílio-moradia mesmo morando no Rio? Na Flip Bretas explicou: defasagem salarial.

Dallagnol é procurador da República. Dallagnol anda aconselhando contra votos nulo e branco.

Dallagnol também recebe auxílio-moradia. Como Moro. Mesmo ambos morando na Curitiba onde trabalham.

Luís Roberto Barroso é ministro no Supremo. Tribunal onde andam se engalfinhando por conta de decorrências da prisão de Lula…

…Mas Barroso disse ainda não ter lido a decisão ou o acórdão sobre a sentença…de Lula. Barroso também brilhou na Flip.

Carmen Lúcia é juíza. Preside o Supremo. Ela não foi à Flip. Mas disse que o Brasil tem que “voltar a ser uma Pátria mãe gentil para todos”.

O Brasil, essa “Pátria mãe gentil”, escravizou mais de 3,5 milhões de humanos por 350 anos. Os nativos indígenas eram 5 milhões. Hoje não passam de 900 mil.

Nos últimos 37 anos, 1,5 milhão de pessoas foram assassinadas na “Pátria mãe-gentil”…

…Que tem 52 milhões de pobres e 15 milhões de miseráveis…

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Postagem revista e atualizada em 02.08.2018, aos nove minutos: correção de erro de informação no terceiro parágrafo – Luiz Fux é o atual presidente do TSE. Com minhas desculpas.

 

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