por
Sulamita Esteliam
Até que Euzinha queria mudar de assunto no primeiro dia útil da semana, já que o fim de semana na política foi quente e o tema inevitável. Ilusão perdida.
Impossível não comentar o deferimento pelo TRE-MG do registro da candidatura da presidenta Dilma, a legítima, ao Senado por Minas Gerais.
Por quatro votos a três, Dilma segue na disputa. Um voto precioso, o minerva, de desempate, da lavra do presidente do tribunal, desembargador Pedro Bernardes de Oliveira.
Sim, um certo Partido Novo, que de novo tem o registro, questionou a legalidade da postulação. Teve a companhia de outros, dentre os cais, a filha do ex-deputado Eduardo Cunha, de nome Danielle, ela própria candidata a herdeira dos votos do pai para a Câmara Federal pelo p-MDB.
Perderam. Mas foi por pouco, o que mostra o quanto parcela dos que ocupam os tribunais segue disposta a manter o golpe a qualquer preço.
No caso, questionam decisão do Senado, com aval do STF, cujo presidente presidiu a sessão que cassou o mandato da presidenta, mas não a tornou inelegível – talvez como forma de minorar a farsa que a depôs.
Vale dizer que Minas terá Dilma Rousseff como senadora, a menos que ocorra outra hecatombe, ou outro golpe se sobreponha à fraude do impeachment.
Enquanto isso, na campanha majoritária nacional, o TSE se alia à juíza federal de Execução Penal do Paraná para cercear os direitos políticos e de livre expressão ex-presidente Lula.
Por obra e graça do ministro Sérgio Banhos, Lula segue impedido de gravar vídeos em apoio a Fernando Haddad e Manuela D’Ávila.
Curioso é que, com censura, com tudo, a candidatura Haddad cresce feito bolo bem-batido. A capacidade de transferência de votos de Lula para seu indicado é explosiva.
Por isso, a casa-grande pira. E o golpe se derrete, apesar da ordem unida.
E olha que metade da população mais humilde ainda não sabe que Haddad é Lula.
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Postagem revista e atualizada dia 18.09.2018, às 10:40 hs: inclusão de imagem do Twitter/TRE-MG com o nome da turma que julgou o recurso contra o registro da candidatura de Dilma; correção de frase sobre a postura dos tribunais.