De coincidências, indícios e conexões: quem mandou matar Marielle?

por Sulamita Esteliam

Não há outro assunto possível no dia que já passou: estão presos os operadores da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Mas várias perguntas não querem calar. A principal delas continua sem resposta a dois dias de se completar um ano do crime: quem mandou matar?

O furo da prisão foi dado por reportagem exclusiva de O Globo, assinada por Chico Otávio, que vem a ser o pai da jornalista do Estadão, Constanza Rezende, atacada com notícias falsas pelo ora presidente delirante, dois dias antes da operação.

Ultimamente, o acaso anda desse jeito, em plantão permanente. A ponto de o presidente autoproclamado, Zé de Abreu, o ator, decretar “O Dia Nacional da Coincidência”.

O sargento reformado, Ronnie Lessa, preso na madrugada desta terça como suspeito de ser o atirador na execução é réu confesso. Palavra das promotoras que explicaram a denúncia à imprensa, a quem o acusado admitiu, também, que foi avisado que a prisão ocorreria a qualquer momento.

O executor é o da direita

E diz que matou por que a postura e as causas defendidas pela vereadora do PSol lhe causavam ojeriza. Pode ler como antipatia, ódio, conveniência, arrumadinho, acordo que dá no mesmo.

O homem tem horror à militância de esquerda. Seria coincidência!?

Claro que o fato de morar a três casas do ora presidente da República é mera coincidência. E a segurança presidencial sequer pisca, ou cochila geral!

Por que só agora, um ano passado, a prisão? E os caras logo ali, ao alcance de um mandado?

A resposta das autoridades:

– Por que só agora a denúncia ficou madura.

Ah, tá. E aí vem aquela marchinha do passado, martelar em suas teclinhas:

Laranja madura, na beira da estrada, tá bichada, Zé, ou tem maribondo no pé…

Sim, consta também que o filho do “mercenário”, definição da viúva de Marielle, namorou a filha do outro delirante. Coisa de vizinhos.

Assim como não é de se estranhar que um PM reformado como sargento possa resistir num condomínio luxuoso da Barra da Tijuca. 

Ora, se o motorista da família presidencial deposita cheque na conta da distinta que viria a ser primeira dama e empresta dinheiro do patrão! 

Ora se o Queiroz-I movimenta milhões com o negócio de compra e venda de carros usados, nomeia funcionários e a família toda no gabinete do filhote número 1 e do pai deputado, como estranhar que ele se trate no Hospital Einstein da elite tupiniquim!?

O ex-PM Élcio Queiroz e o hoje presidente Bolsonaro – Foto: Reprodução FB via Jornal GGN

O outro acusado de participar no assassinato da vereadora do Rio pelo PSol é um ex-PM expulso da corporação por envolvimento em malfeitos graves. Élcio Vieira de Queiroz-II acaba de ser expulso do DEMo por ferir de morte a ética do partido.

Todos milicianos com amplos serviços prestados à primeira família, namoricos e corações, e cheques, e depósitos trocados. Fotos conjuntas nas redes sociais, festas, homenagens e favores compartilhados.

Indícios e conexões. Ora essa…!

Está aberta a temporada de coincidências. Ou estaria mais para “metástase”, como sugere o título da reportagem de capa da revista Piauí.

Na dúvida, o princípio é bom conselheiro. Lembra o governador Flávio Dino, desde o Maranhão:

Siga o dinheiro das milícias que se chega ao mandante. O tesoureiro deles está solto, basta achá-lo.

Agora, cá pra nós, imagina se fosse Lula, os filhos dele ou qualquer um do PT!?

 

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