Lançamento: ‘Em Nome da Filha’, saga em dose dupla

por Sulamita Esteliam

A vida inspira arte. A realidade se transmuta em ficção. E assim se constrói a memória das gentes, se fixa o tempo de dores, amores, alegrias, tristezas, misérias, vitórias e frustrações, busca por justiça e esperança, devastação, recomeço e fim – nem sempre feliz.

Em Nome da Filha é o livro que terminei de escrever em 2005, e que que só 13 nos passados consegui editar. Aí, no meio do caminho tem um Carnaval e o melhor é deixar passar a ressaca para a festa do batismo.

Começamos pelo Recife, dia 23 (convite abaixo) entorno do qual se passa a história – clique para ver os detalhes também na página de eventos da Editora Viseu, no Facebook.

Depois é a vez de Belo Horizonte, dia 12, na Casa do Jornalista. Lembraremos mais perto. Pretendemos ir também por São Paulo e Brasília, temos fé, e onde mais couber.

Aí, está, Gercina, Mônica, Narciso, Diego… onde estiverem, Júlio, onde andará?: demorou, mas missão cumprida.

O amigo Marlos (Zé de) Guedes faz a apresentação poética no evento na Villa Ritinha, Boa Vista, Recife. Espero você lá.

Antecipamos, para quem não é nem está por aqui. Depois reproduzimos o vídeo da recitação, que tem outro impacto.

VIDA DE TEMPESTADES E DE CALMARIAS (*)


Marlos Guedes, 14.03.2019

Há o trágico
Céu denso e ventanias fortes
Rajadas de granizos
Furacões, terremotos, cheias
Ruínas espalhadas em campo aberto
E o que se sustenta
O que é forte!?

Há o trágico
Sol ardente
A cuspir fogo sobre a pele nua, vestida.
Vulcões e suas lavas escorregando em rios,
No encalço da tua sombra.
Há trevas
Que arrancam teus olhos!

Há o trágico
Em todas as tempestades de mentes humanas
Mulheres que tombam a cada instante
Mutiladas na alma, no corpo que desanda!
Álcool em fogo que derrete a pele,
Como fosse plástico frágil ou resistente.
E Mônica tomba, como tantas outras Marias,
Como flor jovem e bela, cujo perfume se esvai em fumaças,
Fuligens de vidas suspensas no ar, agora se deitam, calmamente, ao solo…
E todos , ao seu redor, se queimam sem fogo
Com outras fumaças que fazem moradas em suas almas!
E o extintor não apaga o fogo que arde nos corações, nas mentes…

Há o trágico
Profundas trevas das mentes doentias
Que te obriga a caminhar sem os olhos, sem as pernas
Sem as asas da liberdade!
E pelo avesso, teus braços fazem os passos
E o coração enxerga a estrada escura que te guia!

Há o trágico
Que no silêncio da natureza calma
Te apunhala pelas costas,
Com armas ou palavras que cortam
Que cortam na pele, por onde o sangue se escapa
Que cortam na alma, por onde a tristeza se esvai em dor!,
Que ofegante, ainda respiras, diante do silêncio em torturas…
Mas o cordão é um cotoco, a parafina evaporou
E a luz jovem e forte se apaga!

Há o trágico
Que se esconde no amor
A sedução, a tragédia inevitável!
O machismo como tragédia cultural e mental, social…
A se espalhar como ventos…
A fazer do amor tormentos!

Mas, se conseguires a travessia
Se saíres de olhos abertos
Poderás enxergar a brisa,
Os ventos leves,
O sol caliente,
O cheiro da flor que se desperta,
O vulcão como fosse um monge,
O céu calmo
E a luz que embaça as trevas!

(*) Poema inspirado após a leitura do livro, baseado em fatos reais, Em Nome da Filha, da escritora Sulamita Esteliam. O lançamento da obra será no dia 23 de março, as 20 horas, na casa cultural Villa Ritinha, rua da Soledade, 35, Boa Vista, Recife.

Deixe uma resposta

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s