100 dias: falta governo, sobra desmantelo

por Sulamita Esteliam
Via Licurgo, no Instagran

Eis o resumo dos 100 dias do capitão delirante no des-comando da nação, sem tirar nem por. Demolição olímpica.

Falta governo, sobra desmantelo.

Não é à toa que 70% dos brasileirxs, segundo a última pesquisa Vox Populi-CUT se declarem insatisfeitos com os destinos do País, e 57% acreditam que o Brasil está no rumo errado.

Melhor seria dizer à deriva em bote sem salva-vidas.

Até mesmo dentre os eleitores do presidente delirante, há insatisfação entre 29% dos entrevistados pela sondagem de opinião.

Quer dizer,uma hora a ficha cai…

Chega a dar nó no estômago pensar no que nos tornamos. Miséria revisitada por todos os poros e por todos os quadrantes deste país que ousou se feliz um dia…

Presos estamos no labirinto da insensatez, da inconsistência, da desfaçatez, do escárnio, da estupidez, da mentira, da crueldade, da barbárie.

Mas, o povo escolheu. Escolheu!?

Nos versos do poeta pernambucano Zé de Guedes, no poema Urubu Rei:

Liberdade de cativeiro dá dor na alma. Dor na alma….

Compartilho a análise precisa do colega Fernando Brito, no Tijolaço:

100 dias de desmonte

Se existe uma marca ao completarem-se os 100 dias do novo governo, é aquela que o próprio presidente anunciou, nos Estados Unidos que “nós temos de desconstruir muita coisa”.

Isso, de fato, ele vem fazendo, com denodo.

Na Educação, todos vêem, o esforço destrutivo vem tendo um enorme sucesso: o ministério tornou-se um centro de intrigas e disputas – além das chacotas, claro – completamente paralisado naquilo que deveria ser sua função. Dado o fato de que o novo ministro é pessoa afinada pelo mesmo diapasão aloprado de Ricardo Vélez, há pouco a acrescentar e menos ainda a esperar, senão o desmanche do pouco que construímos em construção e disseminação do saber.

Desconstrução igualmente evidente está perceptível para todos em nossa política externa e em relações de comércio duramente construídas.Passamos mais que à política de alinhamento automático e entramos na seara do sabujismo explícito que também dispensa comentários.

O desastre, claro, refletirá na Agricultura, dependente desta projeção comercial que alcançamos.

Na afirmação de direitos humanos, basta a indicação de Damares Alves para cuidá-los para que se revele o caráter sectário e fundamentalista com que se os entende.

Nas garantias legais, a pastora tem um “conge” jurídico, o Sr. Sérgio Moro, a um passo de legalizar o extermínio, embora o autor da proposta de estender a ideia de legítima defesa ao paroxismo de justificá-la por “medo, surpresa ou violenta emoção” sempre possa dizer, diante de casos chocantes que “ah, isso não é legítima defesa”. Quem decide quando não é, claro, decide quando é.

Na política ambiental, desmontar também é a regra: demitir, de batelada, todos os chefes nas estruturas de fiscalização, perseguir funcionário que ousou multar um “importante” e liberar, criminosamente, a área junto a Abrolhos para a exploração petrolífera. Aguardem a abertura das áreas de preservação à exploração econômica e a tutela a instituições de monitoramento, como o Instituto Nacional de pesquisas Espaciais.

Na economia, afinal, também caminhamos, sob a desculpa de que iremos “abolir privilégios”, para sacar 90% do trilhão mágico de Paulo Guedes, da parcela mais modesta dos aposentados :os do regime geral, os pensionistas, os do BPC, os trabalhadores rurais e os trabalhadores com renda entre R$ 1 mil e R$ 2 mil do abono do PIS. É, simplesmente, a destruição da mais importante rede de proteção social do país, centenas de vezes maior que o Bolsa-Família e da única cobertura universal que este país dá a seus filhos.

Convenhamos, para 100 dias, é respeitável obra de demolição.

Com a atividade econômica estagnada e produção, renda e consumo em frangalhos, é impossível que, em seu lugar, algo se vá construir em seu lugar.

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