É hora de mobilizar o povo pela nulidade da eleição presidencial

por Sulamita Esteliam

Vou repetir aqui o que escrevi mais cedo no Instagram ao compartilhar charge de jornal francês sobre a ameaça nazi-fascista ao Brasil: passou da hora de a oposição liderar campanha pela nulidade da eleição presidencial.

Não será pelo impeachment, banalizado com o golpe da deposição da presidenta Dilma Rousseff, sem crime de responsabilidade, que o país vai se reconciliar com a democracia.

Está claro, agora até para quem cometeu o suicídio de votar no Coiso e também para quem se omitiu: não merecemos capiroto. E também não merecemos o Mourão, e o vice sucede o impichado. Está claro na Constituição Federal.

Ou alguém tem ilusões de que Mourão não levaria a cabo a política de desmonte de direitos, menina dos olhos da casa-grande.

Já escrevi sobre isso outras vezes neste blogue. E não estou sozinha nesse pensamento, embora reconheça as dificuldades.

Não obstante, como bem lembra o cientista político Luis Felipe Miguel, cientista político, professor da UNB, em artigo no GGN: se a oposição não fizer, quem o fará!?

Ele tem razão quando diz que não dá para se opor à “movimentação dos conservadores pelo impeachment”. Antes, é um excelente mote para se colocar a campanha pela anulação das eleições nas ruas.

Até porque, não tem essa de novas eleições se o impedimento se der nos primeiros dois anos de mandato. Só acontece, se as eleições forem anuladas; aí, sim, assume o presidente da Câmara, ou do Senado, ou do STF, caso o primeiro ou o segundo não possam, e se convoca novo pleito em três meses.

Óbvio que há motivos de sobra para o impeachment, ao contrário do que houve com Dilma. E a grita dos antes apoiadores do golpe é crescente, com direito a editorial no Estadão, Folha e que tais.

Até já há um requerimento protocolado na Câmara, que arrola 15 quebras de decoro e desrespeito à Constituição pelo capitão-fake-delirante. E certamente outros irão se somar.

Não é esta a questão. O ponto é que a eleição presidencial não valeu, por que vigorou a farsa, a fraude, o desvirtuamento do processo até pela via judicial. A condenação e o encarceramento do ex-presidente Lula é parte e prova disso.

Se dúvida havia antes, agora com a #VazaJato não há mais. Libertá-lo está na cota do Supremo, que tem-se mostrado conivente com toda essa bandalheira golpista.

Como bem escreve o filósofo e professor Vladimir Safatle no El País:

“Não houve eleição e não há presidente. O que vimos foi um processo sem condição alguma de preencher critérios básicos de legitimidade. Ou seja, uma farsa.”

Não bastasse a providencial facada, sem contenção do pretenso algoz e sem sangramento da vítima. Dentre as irregularidades está o financiamento do disparo em massa de fake news via zap-zap por empresas apoiadoras do Coiso. Conforme denunciou a Folha de São Paulo recentemente, corroborando reportagem anterior.

Sim, financiamento irregular de campanha precisa ser provado, dirão os legalistas. E o PT pediu busca e apreensão nas empresas para colher provas e a Corte Suprema negou.

Obviamente, não há a menor vontade política de fazê-lo. Muito antes pelo contrário. Há oito meses a Polícia Federal senta sobre as investigações, por que não interessa ao chefe que elas andem.

Já os supostos hackers russos de Araraquara foram pegos prontamente, e já têm prisão preventiva decretada.

Entenda chefe como quiser, Moro ou o chefe dele. São farinha do mesmo saco, não, amalgama da mesma lama.

Mais uma vez, não sou Euzinha a única a enxergar isso. Até a UOL já publicou matéria a respeito da morosidade na apuração das responsabilidades sobre a fraude – o trocadilho é involuntário, mas vem a calhar.

Daí que urge a oposição e o centro, e todos os homens e todas as mulheres de boa vontade, cobrarem da Polícia Federal e do TSE atitude. Enquanto é tempo e ainda resta algo Brasil e algum direito a ser preservado.

A gente brasileira que carrega o país nas costas, e é invisível para a raça que o toma de assalto – obrigada, Cau Gomez pela perfeita tradução e pela generosidade do compartilhamento- agradece.

Sem pressão popular não vai. Mas o povo precisa ser esclarecido para entender o processo, e mobilizado para fazer acontecer.

Em tempo: o PT tem pronto um calendário de mobilização popular para este mês de agosto; em cima da defesa de direitos que foram e estão sendo garfados pelo desgoverno, contra o totalitarismo e pela democracia.

Pauta discutida com o ex-presidente Lula. O anúncio foi feito na tarde desta quinta, pela presidenta do partido, deputada Gleisi Hoffmann, após a visita do líder no cárcere da Polícia Federal em Curitiba.

 

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