por Sulamita Esteliam
Estou em Diamantina, a capital do Vale do Jequitinhonha, nas Minas Gerais. Não punha os pés aqui há 32 anos. É uma alegria e muita emoção estar de volta. Trouxe o Em Nome da Filha para o 5º FHist – Festival de Histórias não Contadas, que este ano homenageia Darcy Ribeiro, insuperável, sob o mote Histórias do Povo Brasileiro.
Minha estada aqui completa o resgate de memórias afetivas que me são caras, e que funcionam como um elixir de boas energias num momento de tanto desmantelo e baixo-astral.
Começou com o encontro de 40 anos de formatura da minha turma de Comunicação da Fafich/UFMG, dia 14 de setembro último, lá em Beagá. E com direito a rescaldo na tarde-noite de terça, quando algumas de nós nos reunimos sob o pretexto de Euzinha entregar o livro, que foi pouco no dia do evento.
A última vez que estive em Diamantina foi no Carnaval de 1988, numa das poucas vezes que vim passear e não trabalhar. Euzinha e uma galera de jornalistas do recém-lançado Hoje Em Dia.
Enfiei o pé na jaca, com força, não me esqueço. Mas não foi por isso que demorei tanto a voltar. Até porque, Diamantina é sempre um convite irrecusável. Enveredei por outros caminhos e urgências que não passaram por aqui.
Hoje fui recebida com mimos bem ao jeito diamantinense de ser: gentileza de um motorista de táxi, sorriso largo, água fresca, café novinho e deliciosos biscoitos dos meus anfitriões. Simpatia a toda prova.
Hospedo-me numa casinha deliciosa, via Air BNB, de um casal mineiro-paulista – ele de Caxambu, no Sul de Minas, ela de São Caetano, no ABC. Fernando e Fernanda têm um filho de 12 anos, Victor, adorável garoto, que anda às voltas, e se deliciando, com um livro sobre histórias de Pernambuco.
PS: E o caçulinha, André, que só conheci no dia seguinte à minha chegada uma doçura de canceriano, que me brindou com um abraço. No café da manhã do meu dia de partida, quando lhe entreguei o livro dedicado à família, me cravou de perguntas sobre como é escrever um livro.
Vestia o uniforme do Cruzeiro, detalhe da ansiedade da primeira festa do pijama na escola. Quando lhe disse que Euzinha era atleticana, correu para dizer para a Paloma, a moça que faz a faxina da casa, minoritária na preferência futebolística naquele sítio, que “ela também é atleticana”.
Mundinho pequeno véio de guerras e tertúlias.
Vim, como disse acima, para o 5º FHist – Festival de Histórias Não Contadas, que este ano se desenvolve no mote Histórias do Povo Brasileiro.
Daí que consegui com os organizadores um espaço para apresentar meu livro Em Nome da Filha, Editora Viseu, na parte da programação dedicada à Prosa com o Autor. Vai ser na quinta-feira, 3, às 18:30hs, no Espaço Diamantina, onde se realiza a Feira de Livros.
Obrigada, Américo Antunes e Otto Sarkis.
Virgínia Castro e Ricardo Camargos estarão junto, com o livro O Sabor das Letras, organizado por eles e editado pelo Sistema Fecomércio, Sesc e Senai.
A programação é extensa, com mesas de debates que trazem intelectuais de renome, como o escritor e tradutor de livros latino-americanos Eric Nepomuceno, que abre oficialmente os trabalhos, esta noite, com debate sobre Darcy Ribeiro: um homem de causa.
Paulo Ribeiro, secretário Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Montes Claros e ex-presidente da Fundação Darcy Ribeiro, é outro convidado.
Debate mediado por André Borges de Mattos, antropólogo, doutor em Ciências Sociais, professor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e autor da tese Darcy Ribeiro: uma trajetória (1944-1982).
A programação completa pode ser acompanhada no portal do 5º FHist, também em PDF.
O FHist tem a coordenação-geral da Stratégia / Nota Comunicação, com programação visual assinada pelo designer Pedro Miranda.
A produção-executiva é da Dupla Promoções. Realização em parcerias com a Faculdade de História UFVJM, Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Patrimônio, Escritório Técnico do IPHAN, Museu do Diamante e Sistema Fecomércio SESC SENAC .
Fico por aqui, senão me atraso para a abertura.
Até mais…