por Sulamita Esteliam
Só queria entender o porquê de o Governo do Estado de Pernambuco manter o calendário de volta às aulas, se ele próprio admite que o nível de infecção por Covid-19 “continua muito alto”, apesar dos 14 dias de quarenta mais ou menos rígida e mais o feriadão da Semana Santa.
É do conhecimento até das areais da Praia de Boa Viagem que as condições epidemiológicas do país, e Pernambuco não é uma ilha, não oferece segurança para a retomada das aulas presenciais. E é fundamental oferecer condições adequadas para o ensino remoto.
A lembrar que o capiroto-presidente-genocida vetou integralmente a Lei que determina assegurar internet grátis a alunos e professores da rede pública de ensino.
O texto foi aprovado pelo Senado Federal em fevereiro, e pela Câmara em dezembro de 2020. Até o Congresso derrubar o veto, se derrubar, as dificuldades dos filhos da Maria e do Zé Povinho seguem também nesse capítulo.
De qualquer forma, tudo é mais complicado neste momento em que o pais segue de ponta-cabeça e a pandemia bate de 7×1 nas tentativas, frouxas, de barrá-la.
Sobretudo as crianças pequenas, que não estão mais imunes ao risco, e que ainda não têm amadurecimento psicológico para manter distância dos coleguinhas. Ainda mais depois de tanto tempo de isolamento.
Aqui o retorno das aulas começou, exatamente, pelos pequenos da educação infantil, seguida da primeira fase do ensino fundamental, nas escolas particulares, em 05 de abril. Nesta segunda, volta a turma do 6º ao 9ºano e do ensino médio.
Na rede pública estadual, o retorno se inicia em 19 de abril: 3º ano do ensino médio, ensino infantil e fundamental até o 5º ano; 8º e 9º anos e o 2º ano do ensino médio voltam dia 26; e dia 3 de maio, 6º de 7º anos do fundamental mais o 1º ano do ensino médio.
Entendo as dificuldades enfrentadas por mães e pais, às voltas com atividades remotas, ou não, e mais as exigências e os limites do isolamento social e acompanhamento simultâneo das atividades escolares das crianças.
Sei que não é fácil. Converso com meu filho, que tem dois, gêmeos, na educação infantil e um no ensino fundamental. Moram em Beagá, mantêm ele e a companheira negócio próprio, estão tendo que se virar para tocar o barco.
Primeiro, revezaram no papel doméstico. Depois decidiram que ele fica em casa porque lida melhor com as crias, e a mulher é melhor vendedora remota do que ele.
Aqui no Recife, minha filha está em trabalho remoto. Tem uma menina de três anos, a caçulinha, que deveria ter ido para a escolinha ano passado, necessidade bloqueada pela pandemia.
O adiamento para este ano não encontrou melhor cenário, e ela decidiu educar a filha em casa, à espera de melhores dias. Espertíssima, a pequena já escreve seu primeiro nome, identifica as letras da composição, conhece as cores, e as nomeia em português e inglês, assim como os números de 0 a 10.
Ela, mais do que os priminhos mineiros – que convivem entre si – se ressente da falta de brincar com crianças. Vive no meio de adultos – o irmão mais moço tem 18 anos. Mas sabe e verbaliza que até “quando acabar o Coronavírus” vai estudar “na escola de casa”.
Questão de bom senso. Afinal, prudência, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. É o que diziam minhas avós.
Fontes requeridas:
PE Contra o Coronavírus
Pernambuco retoma as aulas de forma gradual
Boletim Coronavírus/Instagram 11.04.2021
Boletim Coronavírus dia 12.04.2021
Sinfemp – Sindicato dos Funcionários Públicos de Patos e Região
crédito da Ilustração que abre a postagem