por Sulamita Esteliam
Vou fazer diferente nesta nesta sexta para não perder o rumo. Gravo o Leitura Literária para o canal A Tal Mineira TV com a temática emergente: os protestos inadiáveis pela queda do inominável, que acontecem neste sábado, ao menos em 400 cidades nas diferentes regiões do país, e algumas do exterior.
A relação dos locais onde estão confirmados os atos está ao pé da postagem.
Deixo para depois o resumo da semana da CPI do fim do mundo, quer dizer, do Genocídio. Até porque hoje foi dia de lorota exponencial, e minha paciência anda pouca. Aliás, da parte que quer que a CPI cumpra seu papel, também. Até o relator caiu fora da sessão.
Bom, recorro ao poeta amigo, Marcelo Mário Melo, pernambucano com história de luta no enfrentamento às aberrações, desde o tempo da juventude. Já li e publiquei versos do último livro dele publicado, aqui no canal e também no blogue.
Poesia política indispensável. Alimento da alma que requer arte sem dispensar engajamento nas causas fundamentais.
Artista que se respeita mostra a cara e se incorpora a todas as batalhas que requerem consciência cidadã: como esta que nos chama para rua, mesmo em meio à pandemia, por que não há saída no alheamento.
Naturalmente com todos os cuidados definidos pelos protocolos, como foi da primeira vez: uso de máscara, de preferência N95 ou PF20 e álcool em gel, distanciamento mínimo de 2m, nada de abraço nem se reunir no boteco para celebrar o sucesso do protestos.
Escolhos três poemas recentes do Marcelo que ele me enviou pelo zap-zap, e que também pode ser lido em suas redes sociais. Versos sob medida da indignação, com a métrica da Geração de 1968:
O IMUNDO
Marcelo Mário de Melo
Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do imundo
com as armas apontadas
para ferir todo mundo.
Vamos cercá-lo e jogá-lo
no esgoto
mais profundo.

INIMIGO E CAVILAÇÃO
Marcelo Mário de Melo
Não é acertado tratar os inimigos políticos com depreciações fincadas em características físicas e aspectos da sua vida privada. E não têm importância os seus possíveis atributos e prendas nesses aspectos.
Inimigo é inimigo e tem de ser encarado com respeito e sem um milímetro de contemplação. Postura que se estende aos atos e às denominações.
Daí ser inadmissível tratar um inimigo visceral e vil como Jair bolsonaro, com apelidinhos próprios à intimidade de compadres, como “Bozo”. Chamar seu não menos vil e repelente filho, como “Carlucho”. E à matilha dos seus sequazes atribuir o nomezinho leve de “bolsominios”.
É uma regra elementar de propaganda e contrapropaganda, não tratar o inimigo e suas emanações com palavras virtuosas, neutras, xoxas, adocicadas.Ou o estritamente formal ou o mais virulento e venenoso. E só. Porque guerra é guerra. E inimigo é inimigo.
Bozo, Carlucho, Bolsominio. Já passou
da hora de acabar com isso.
A exemplo do 29 de Maio, também neste 19 de Junho sou obrigada, tristemente, a restringir minha participação às redes.
Prudência para nos manter – Euzinha e o maridão – aptos a tomar a segunda dose, que já podemos agendar na próxima terça.
Estamos nos recuperando de uma virose, dessas comuns nesse período de chuvas em Pernambuco, no Nordeste: a que me acometeu no fim de maio foi e voltou, ou foi mal curada; aí ele foi premiado.
Daí que é melhor não nos expormos nem expor as pessoas. Na próxima estaremos seguros.
Localize sua cidade dentre os locais onde os protestos estão confirmados:
E até no exterior…
Fontes requisitadas:
Twitter/UNE Brasil
Vida, pão, vacina e Educação: Lista dos locais das manifestações do 19 de junho
Rede Brasil Atual
Passa de 400 o número de cidades que estarão nas manifestações do #19J