por Sulamita Esteliam
Há cinco anos, no 31 de agosto, o Senado Federal consolidava o golpe parlamentar-jurídico-midiático no Brasil, com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Era o começo do fim do país que acreditava ser possível antecipar o futuro.
Violada a Constituição, brasileiros e brasileiras veriam, sistematicamente, a cassação também dos seus direitos sociais e trabalhistas, o desemprego e a fome roeram as bases da ainda precárias do desenvolvimento sustentado em bases humanitárias, da construção de um país menos desigual.
Mas como tudo que é ruim, por aqui sempre pode piorar, as eleições gerais de 2018 caíram no golpe continuado da mentira, do antipetismo.
Escancarado o esgoto nacional, de lá emergiram os ratos e todo tipo de pragas e crueldades, que jogaram de vez o país nas profundezas do arbítrio. Um buraco escuro e fedegoso, que parece não ter fundo.
Pior, a eleição de um psicopata, já por demais conhecido por sua exaltação da bárbarie, inoculou em parte da brava gente brasileira o vírus do negação dos fatos. E com ele, a tentativa de criminalização da ciência, da educação, da cultura, da empatia e da solidariedade.
Tudo isso potencializado, agravado com a pandemia do novo Coronavírus, que já custou 579 mil 574 vidas da nossa gente, na contagem deste 30 de agosto de 2021.
Pesquisadores afirmam que ao menos uma em cada cinco mortes poderiam ter sido evitadas, caso o desgoverno do capiroto-presidente tivesse tomado atitudes e as providências inadiáveis para conter o avanço do Covid-19.
Ao invés disso, preferiu brincar de palhaço no cercadinho do palácio e torrar o dinheiro público em passeios de motocicleta país afora.
Então, não adianta querer passar pano: é genocídio, sim.
Para que a memória não se perca e a mentira não prevaleça, vale à pena assistir à entrevista que a ex-presidente Dilma Vana Rousseff concedeu ao PT da Câmara, apresentado pelo deputado Bohn Gass:
No domingo, um vídeo postado no Twitter viralizou, com quase 40 mil visualizações. Traça um paralelo entre o governo da presidenta que se negou a fazer o que tentaram lhe impor e a do inominável que brinca de ser presidente, e se locupleta e aos seus com a desgraça do povo.
Começa com imagens da presidenta Dilma anunciando medidas para conter a epidemia do Zicavírus que se proliferou no Brasil, sobretudo no Nordeste, de abril de 2015 a novembro 2016. O quadro seguinte mostra o capiroto zombando da pandemia do novo Coronavírus.
A comparação seguinte é entre os 224 institutos federais inaugurados por Dilma e os protestos contra o corte de verbas para a educação no desgoverno atual.
E assim, sucessivamente: em 2 minutos e 20 segundos o vídeo compara, ainda, a postura da ex-presidenta favorável às lutas anti-homofóbicas e as piadas costumeiras do atual.
Mostra que, em 2013, a taxa de desemprego em dezembro era de 4,3%, a menor desde o início da série histórica iniciada em março de 2022 pelo IBGE. Da mesma forma, na média dos 12 meses daquele ano, a taxa era a menor média anual da história: 5,4%
No desgoverno em curso, o índice de desempregados nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE foi de nada menos que 14,3%. Ah, mas a culpa é da pandemia! Sim, mas e em dezembro de 2019 , a taxa média anual de desocupação foi de 11,9%, um pouco menor que a média anual de 2018, ainda com Temer, que foi de 12,3%.
Seis anos antes, em 2012, no governo Dilma, o Brasil alcançava o posto de 6ª economia do mundo. Despencou seis casas em 2019, passando a figurar na 12ª posição.
Assista ao vídeo:
E era só tirar a Dilma e acabar com o PT que tudo ia ficar melhor…
Aqui cabe aplicar dois ditos populares:
Não foi por falta de aviso.
Pior cego é aquele que não quer ver.
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Postagem alterada em 31.08.2021: correção de erros de digitação na data do golpe parlamentar; complementação da natureza do golpe.