por Sulamita Esteliam
Não sou de dar eco à voz, muito menos espelho à imagem, do capiroto-presidente aqui no blogue ou em qualquer das redes sociais aonde Euzinha atuo.
Questão de respeito à decência, aos meus tímpanos, às minhas retinas e de quem me acompanha. E também regra elementar da contrapropaganda: não dar corda ao inimigo.
Só que o momento é-me insubstituível: o inominável brindado com uma super-hiper-mega vaia durante a visita à minha Macondo de origem. Não tem preço.
Na mesma cidade que se cobriu de verde e amarelo até nas paradas de ônibus, no 07 de setembro, em apoio à excrescência que desmantela a vida de milhares de pessoas a quem deveria buscar proteger e do país que deveria governar.
Euzinha estava no Grito dos Excluídos e na marcha pelo #ForaCoisaRuim, e vi com esses olhos viciados em olhar ao redor. E chorei de tristeza, pouco depois de ter aquecido o coração com a resistência da gente que conjuga o verbo esperançar.
Então, viva o povo mineiro-brasileiro que tem brio e não foge à luta!
Com a cumplicidade do desgovernador Romeu Zema (Partido Novo), seu aliado, o capiroto arrumou um cercadão para chamar de seu e dele se serviu para espalhar o que se reduz suas falas: mentiras aos quatro ventos.
Pois recebeu o troco, alto e bom tom.
Em meio aos apupos, uma mulher grita “genocida” e uma voz masculina apregoa “vagabundo”! E tome-lhe!
Pois não é que conseguiram emudecer o capiroto por cerca de um minuto!
Meia dúzia de pessoas me marcou no privado do Instagram para o vídeo divulgado pela CMN, em primeira mão, e depois pela Revista Fórum. Posto a seguir, e a partir do Youtube, pois o Insta está de má vontade:
Aconteceu na Cidade Administrativa, sede do Governo do Estado de Minas Gerais, no entorno de Beagá. A visita presidencial é vendida como parte da celebração dos mil dias de desgoverno.
Na agenda, o anúncio da venda da CBTU, condição para a ampliar da linha Oeste do Metrô. Só assim mesmo, vendendo o almoço para comprar a janta que o metrô chega até o Barreiro.
Esse desgoverno, aliás, não leiloa as mães porque não encontra preço. O projeto prevê a concessão de R$ 2,8 bilhões para a entrega à iniciativa privada.
Além do proselitismo do mau agouro, houve, também, o lançamento da pedra fundamental do Centro de Vacinas da UFMG.
A mídia local cobriu os protestos com tintas desandadas, para variar. Acusa os manifestantes de forçarem o confronto, “invadindo” o espaço reservado aos apoiadores do capiroto-presidente. Não é fato.
Um amigo que ajudou a organizar a mobilização, e a orquestrar as vaias, explica o que aconteceu:
– A mídia, ou pelo menos parte dela, para variar, mente, na maior desfaçatez: o Estado de Minas e O Tempo com menor intensidade. O BHAZ diz que partimos para cima, para a área dos adeptos do genocida. Em primeiro lugar, a área em questão era o espaço público da solenidade. Mais importante, contudo, é que, no momento em que argumentávamos com os seguranças, com a maior tranquilidade – que tínhamos o mesmo direito de estar naquele local, e nos responderam que quem estava lá tinha chegado cedo – começaram a entrar, bem do nosso lado, com a permissão deles, novos bolsomínios. Aí, claro, não aceitamos, e começamos a derrubar as grades. Não conseguimos entrar, mas os bolsomínios tiveram que voltar, não entraram também.
É como diz o velho e bom ditado: pau que dá em Chico, também dá em Francisco.
Foi um bom esquenta para o 02 de Outubro. Razão é o que não falta para o #ForaGenocida! #VazaPeste!

Essa vaia não tem preço! Foi orgásmica! Eu queria saber o que ele pensou durante esse minuto a cara dele é impagável.
Ótima crônica.
Que alegria, Stela, tê-la por aqui. Obrigada. Xerinhos