Ômicron em família: efeito dominó…

por Sulamita Esteliam

Já contei lá no Twitter, mas vou contar de novo aqui no blogue: a Covid me pegou na contramão. O teste da última sexta, o segundo em cinco dias, deu positivo. Estamos Euzinha, sintoma nenhum, e o maridão, já recuperado de sintomas leves, de quarentena até a próxima quinta.

Somos a prova viva de que a vacina funciona: um casal de idosos, cronologicamente, mas que exerceu o direito e – ao nosso modo de ver as coisas – o dever de buscar a imunização com as duas doses, mais o reforço, no devido tempo.

Isso nos salvou dos sete palmos, ao eliminar o risco de agravamento e, portanto, menos dois nas unidades de saúde e, Deus nos livre, das UTIs transbordantes. Meu companheiro é imunossuprimido, o que o torna alvo preferenicial dessas infecções.

É preciso dizer que em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, no Recife, e certamente nos sete cantos do Brasil, 90% dos casos graves são de pessoas não vacinadas, ou que não tomaram a segunda dose.

Aqui em casa, apesar de todos os devidos cuidados, deu-se o efeito dominó invertido: começou com nossa caçula, que trabalha exposta e se infectou, apesar de vacinada até o reforço. Em seguida veio o pai, e Euzinha na sequência.

Ela teve o que se convenciona chamar de sintomas medianos: febre dois dias, dor de cabeça e de garganta, tosse, espirro e coriza, encurtamento de fôlego, calafrios, fadiga.

O fundamental é que não precisou recorrer a uma unidade de saúde. Fez a teleconsulta, tomou a medicação indicada para aplacar os efeitos, mais repouso, boa alimentação e isolamento. Pronto: dez dias de retiro encerrados no sábado, quando testou negativo; voltou ao trabalho nesta segunda.

Também o neto mais velho covidou, teve sintomas leves, porque está vacinado, manteve o isolamento e já está bom.

Cuidados e sorte evitaram que contaminasse a mãe, que está no final de tratamento quimioterápico – bem-sucedido, graças – e a irmãzinha de 4 anos, que ainda não pode se vacinar. O irmão mais novo, devidamente vacinado, também não se infectou. Todos testados.

É bom que se diga, e repito aqui frase da médica oncologista da minha filha mais velha:

“Não existe remédio para Covid. O que se faz é combater os sintomas. Vacina é a única solução, naturalmente que escudada pelo uso de máscara, distanciamento social e higiene.”

Li reportagem em que um médico infectologista lá do Rio de Janeiro diz com todas as letras:

“Essa história de que a Ômicron pega mais leve é porque temos mais da metade da população imunizada com as duas doses, ao menos. Os casos graves, de UTI e intubação, e também os quase lá, são de quem não se vacinou, ou não completou a imunização.”

Portanto, não vacinou, vacine-se, já, e vacine suas crianças! É sua obrigação cuidar de suas crias. Não dê ouvidos ao desgoverno genocida. Já passam de mil as vidas tenras abreviadas. Isso é triste e criminoso.

Use máscara, capriche na higiene das mãos, sobretudo, abuse do álcool 70 (se beber morre…), beba muita água. E nadica de kit Covid propalado pelo Coisa Ruim e os negacionistas de plantão, nunca é demais repetir.

Outra coisa que está nas informações do dia: estudo indica que os transportes urbanos são a principal fonte de contaminação pela Ômicron, que é peçonha no contágio.

Veículos lotados, ônibus e metrô, janelas lacradas, ventilação praticamente nenhuma, e muita gente sem máscara. É tudo que o vírus quer.

O problema é que a maioria do povo não tem como evitar andar de transporte coletivo,bem sei. Então, cabe ao poder público exigir que as empresas aumentem a frota em circulação, no mínimo. E aos usuários cobrar melhores condições.

Tem mais: sobretudo nos veículos condicionados, que aumentem a renovação de ar em pelo menos seis vezes, de acordo com quem entende do riscado.

Bom, janeiro já foi… E, se nosso ano começou como o outro terminou: nos fazendo provar o sal da terra, amores, fevereiro há de nos trazer aragem e bons frutos.

E que assim seja!

*******

Postagem revista e atualizada: correção de erro de concordância verbal e de digitação.

2 comentários

  1. Essa tal mineira nos orgulha pela firmeza com que combate o obscurantismo. Qual é o adjetivo que se pode atribuir a um presidente que discorda do espirito missionário e da inteligência coletiva da comunidade científica internacional? No mínimo charlatão, no médio sociopata, no máximo exterminador de seu povo.

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