por Sulamita Esteliam
Coisa mais triste e indigna o processo criminal aberto pela Fiemg, a federação que reúne as indústrias em Minas, contra o ambientalista Apolo Heringer Lisboa, médico e professor da UFMG.
Seu “crime” é defender os mananciais de águas no território mineiro, alvo da ação predadora, sobretudo, das mineradoras que exploram as risquezas do Estado e deixam de herança as crateras, a lama e, em muitas vezes, o luto, como ocorreu e Bento Gonçalves/Mariana e no Córrego do Feijão/Brumadinho.
Por sua atuação em defesa dos recursos naturais de Minas e do Brasil, Apolo Heringer é nome respeito mundialmente entre ambientalistas. Idealizador e fundador do projeto Manuelzão, dedica sua vida à defesa das águas, dos animais e das plantas de todas as espécies apontando de forma corajosa e lógica que “o espelho d’água mostra a nossa cara”.
Circula pelas redes sociais um abaixo-assinado denunciando a perseguição juidicial ao ambientalisas. Euzinha já assinei. Clique aqui para assinar também.
Os Jornalistas de Minas, através de seu Sindicato, divulgou carta aperta em defesa da liberdade de expressão que a entidade empresarial mineira quer suprimir a Apolo Heringer.
Mordaça, censura judicial não vai calar a voz da razão.
Transcrevo

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Carta aberta em defesa da liberdade de expressão
Fomos surpreendidos, no final de semana, pela informação de que a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) abriu um processo criminal contra o ambientalista Apolo Heringer Lisboa, fundador do projeto Manuelzão e figura que goza de amplo respeito na sociedade e entre os ambientalistas. A Fiemg decidiu partir para a ação criminal por não concordar com a afirmação de Apolo de que a entidade representativa da indústria no Estado controla os comitês de bacia mineiros e, com isso, impede que a cobrança pelo uso da água seja feita com base em valores de mercado.
Trata-se de um tema oportuno e que merece uma ampla discussão por parte de todos os atores envolvidos com a gestão ambiental e, particularmente, a gestão dos recursos hídricos no Estado. Porém, infelizmente, a Fiemg optou por recorrer à Justiça para calar o ambientalista que vem a público defender, democraticamente, uma ampla discussão acerca de um assunto tão importante.
A ação criminal contra o conhecido ambientalista foi protocolada no dia 15 de dezembro do ano passado e não é uma tentativa isolada da Fiemg de calar o movimento ambientalista. Mais recentemente, a mesma entidade entrou com ação civil pública contra os fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que barraram a instalação da fábrica de cerveja da Heineken no município de Pedro Leopoldo devido a possíveis danos ao patrimônio espeleológico da região.
Ao entrar com duas ações contra ambientalista no curto período de dois meses, a Fiemg coloca, de forma clara, qual é o caminho pelo qual optou: o de criminalizar o movimento ambientalista e buscar, pela via judicial, o cerceamento da liberdade de expressão, atitude que repudiamos e esperamos seja barrada pela própria Justiça.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Minas Gerais (SJPMG)
Valeu, amiga!! Estou fazendo a assessoria de imprensa dele como voluntária. Qualquer coisa, estou às ordens, ok? Bjim.
Digo o mesmo por aqui: espaço aberto. Obrigada.
Total apoio ao bravo Paulo Heringer. Revoltante o descaso dos poderosos com o meio ambiente em mg.
Tem meu apoio