O apartheid brasileiro é indisfarçável

Duas notícias no Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, para mostrar como e por que a denúncia do racismo institucionalizado não é mi-mi-mi. E não vai ser ignorando ou negando a realidade que vai deixar de existir.

No Recife, a Câmara dos Vereadores barrou, por manobra regimental, a votação de projeto que institui o Dia de Enfrentamento à Violência Política contra Mulheres Negras, LBTs e Periféricas , em homenagem Marielle Franco. De autoria da vereadora Dani Portela (PSol), a apresentação de emenda de plenário reabre a discussão.

Significa que a emenda vai a exame nas comissões, e sendo aprovada elimina o projeto original. A emenda foi apresentada pela vereadora Michele Collins, da bancada conservadora, e cria o Dia Júlia Santiago, líder sindical tecelã que foi a primeira vereadora da casa José Mariano, do Partido Comunista, em 1947.

É picuinha política, ao que parece, porque a homenagem a Júlia Santiago pode acontecer, e até deve, sem invialibizar o Dia de Marielle Franco. Pretende-se uma contradição que inexiste. Política rasteira.

Em suas redes sociais, a vereadora Dani Portela faz uma pergunta básica: a troco de que se quer impedir que se crie o Dia de Marielle Franco no Recife?

Pesquisa Nacional, divulgada nesta segunda-feira, 21, pelo Instituto Locomotiva, dá conta de que uma em cada três pessoas negras usuárias de transporte coletivo já sofreu preconceito o trajeto. O percentual cresce quando se trata do trabalhador da área: 65% foram alvo de discriminação em razão da cor.

No dia a dia, 72% das pessoas que usam o transporte dito público já presenciaram situações de racismo em seus deslocamentos. A pesquisa ouviu 1200 usuários e mil profissionais do transporte coletivo em todo Brasil.

Foi encomendada pela Amobitec – Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia, com o apoio da Uber, e em parceria com o ID _ BR – Instituto Identidade Brasil. Acesse a íntegra no Portal Geledés.

O Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial foi criado pela ONU em memória das vitimas da barbárie que ficou conhecida como Massacre de Shaperville, na província de Gautung, na África do Sul.

Em 1960, as forças do Estado Sul-Africano, de mominação branca, mataram 69 pessoas e deixaram feridas outras 186, em exibição de crueldade cevada pelo racismo.

Aí nasceu o Apartheid, regime escandacradamente racista. Aqui, a discriminação racial e o genocídio dos pobres, dispensar adjetivos, mas faz vítimas todos os dias, desde sempre.

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Postagem atualizada em 22.03.22: complemento das informações sobre a emenda de plenário ao PL da vereadora Dany Portela, do PSol. Novamente atualizado após correções de erros de digitação e ortografia.

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