“Na verdade, quem estará sentado no banco dos réus, dia 24, não será o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva. Será o Judiciário brasileiro”.
Frei Betto, em Lula e o julgamento do Judiciário.
Capturei a frase acima no blogue do Marcelo Auler, assim autodenominado. Abre postagem sobre os Bastidores do julgamento em que a Justiça será ré.
Bastante apropriado, a meu ver.
Se você se dá ao trabalho de clicar e ler, verá que o intrépido e sério blogueiro, que atua em Curitiba, estará em Porto Alegre para a cobertura do evento do ano: O julgamento de Lula.
Euzinha não consegui viabilizar milhagem para minha ida. Até porque, estou algumas milhas mais distante, e as companhias aéreas se locupletam com a demanda, para além do período de férias de verão.
Seletividade é oportunidade.
O A Tal Mineira, este blogue anão, não tem receita, e não se dispôs a buscar financiamento coletivo; ainda.
É o julgamento do século, bem sei – para todos os lados do espectro político.
Sim, porque, a despeito de que o que está em pauta é uma apelação de sentença, porém, o que está em jogo é um País, o destino de uma Nação. E a credibilidade do Judiciário brasileiro.
Este é um julgamento alicerçado em falácias, em fingimentos. Gatos por lebres de roldão. E não é apenas esta reles escriba que o diz, e faz tempo.
É a percepção popular que estaca ante as anomalias transbordantes. São os juristas, aqueles afeitos ao devido processo legal e penal – daqui, eles os há, dali e dacolá; no Brasil e no exterior.
Pois bem. Dia 22, na capital do Rio Grande do Sul, o filósofo e professor Euclides Mance lança o livro Falácias de Moro.
– Tem lógica!? – perguntaria minha amiga-irmã, alma gêmea, Dora, se viva fosse.
– Não, não tem. Ou tem… toda.
Assista ao vídeo da entrevista transmitida ao vivo pela rede:
Mance desmonta a sentença do inquisidor de Curitiba que condenou Luiz Inácio, porque é Lula, a nove anos e meio de prisão, por um triplex que não é dele, por vantagens indevidas as quais não usufruiu.
As peças do processo estão aqui, na íntegra. Acesse, leia e conclua você mesm@.
Quando não há lógica, quanto não há sustentação legal, quando não há provas, não há crime. São falácias.
Como nada aqui, neste blogue, se dá sem uma historinha pessoal de suporte, o fato de “o julgamento de Lula” se basear em falácias corrobora a frase do Frei Beto, que inicia esta postagem. E faz-me lembrar um episódio familiar.
Uma conversa, há coisa de sete anos, com minha caçula – d@s quatro que eu pari e seis que acompanhamos vicejar. Bárbara, concluinte do segundo grau, comunica que vai fazer o curso de Direito.
Assim mesmo: a garota tinha 17 anos, e o Enem seria apenas o princípio do caminho do que ela desejava vir a ser. E foi, e continua sendo…
Justo ela, que imaginávamos, pela geração, pudesse dar guarida ao DNA vicejante de “artista”, pronto e posto nos ramos familiares donde brotou.
Afinal, desde cedo “canta em lá”, fez balé, ginástica artística, percussão, bateria, jazz, dança contemporânea, de rua, sapateado, com direito a apresentação no principal teatro da cidade e aplausos de direção e público. Fez teatro na escola, na escrita, no palco, nos bastidores.
Meu coração transbordava de afeto. Não de expectativas, que essas se acomodam no tempo.
Nos segundos em que ruminei uma resposta que me afigurasse adequada, tudo isso passou pela minha mente, como se estivesse a ponto de cavalgar um cometa.
Então, respondi:
– Tudo bem, a escolha é sua. Para quem queria artes cênicas, dança e música, é uma bela surpresa… Mas, afinal, é tudo um teatro, mesmo!
O palco da vida é absoluto.
Bárbara abandou o curso antes de do fim do primeiro período. Fez outro Enem e escolheu outra trilha, outros palcos, outras cenas, sempre numa federal.
Mas isso é outra história, ainda em curso: a procura, o encontro, o ponto de partida.
Na trilha do pré-Carnaval, deixo você com uma marchinha que promete ficar na história do país da folia:
PARA ENTREGAR A SOBERANIA NACIONAL AOS EUA, GOLPISTAS VÃO DESTRUIR A DEMOCRACIA, O JUDICIÁRIO E TODA A ESTABILIDADE NACIONAL!
TUDO PELA MÃO DO NAZI-JUIZ SERGINHO NARCISO MORO E SEUS CAPANGAS!
QUEM VIVER , VERÁ!