Quatro anos sem Dilma, e o Brasil despedaçado

A despedida nos braços do povo – Foto: Roberto Stuckert Filho
por Sulamita Esteliam

Há quatro anos, na madrugada do dia 12 de maio, o Senado perdeu a oportunidade de tirar o Brasil da direção do precipício, iniciado no dia 17 de abril em sessão tragicômica e vergonhosa pela Câmara dos Deputados. Por maioria qualificada, não exigível no caso, acatou o pedido de afastamento temporário, da presidenta da República, Dilma Vana Rousseff, eleita com 54,5 milhões de votos.

Era o avanço do fim de uma era onde havia lugar para a esperança daquele Brasil de futuro, país das oportunidades.

Pouco mais de três meses e meio depois, em exame em tempo acelerado, a tramitação do processo redundaria do impeachment fraudulento, sem crime de responsabilidade. Todos os depoimentos e documentos convocados pela Casa Maior mostraram que não havia razões para o impedimento.

A própria defesa da presidenta, exercida pessoalmente, em tom seguro e altivo, com provas que desmontaram os ardis deixou claro que as tais “pedaladas fiscais” eram um logro para justificar a farsa do golpe travestido de impeachment.

O roteiro do golpe estava em rota sem retorno. A despeito das manifestações populares em contrário Brasil afora.

Este A Tal Mineira registrou o acatamento do processo que confirmaria o golpe parlamentar-jurídico e midiático contra a presidenta Dilma Rousseff assim:

Dilma afastada, deixa o Planalto nos braços do povo

Neste de maio de 2020, a tragédia desencadeada a partir do estupro constitucional, soma à demolição de direitos sociais e trabalhistas, a liquidação do patrimônio nacional, o desmonte da economia e do desmonte do Estado de Direito.

O que resta da democracia, sucessivamente violada, é a entrega da República à covardia e ao escárnio, a supressão do direito à vida.

A pandemia que é global e avassaladora, aqui ultrapassa todos os limites do humano. Apesar dos esforços de governadores, prefeitos e dos profissionais da saúde – salve enfermeiras e enfermeiros em seu dia celebrado em 12 de maio!

Tudo em nome do combate à corrupção. Cinismo e hipocrisia seguem no comando da res-pública. E o Brasil transformado num cemitério infindo, batendo recordes seguidos se mortos pelo Covid-19.

O Brasil está despedaçado. Juntar os cacos é tarefa hercúlea, que não pode esperar a eternidade das conveniências.

Como têm registrado diferentes colegas, o país sob pandemia segue um pandemônio, atacado pelo Coronavírus e pelo verme, peste e praga em ação.

Tudo poderia ter sido diferente, se a anulação do golpe não seguisse adormecida em algum armário bolorento da Suprema Corte; um dos recursos foi negado, em 20 de março, pelo plenário do STF em julgamento virtual.

A colega paulista Edva Aguilar, ativista da causa e das boas causas, ativa a memória desta vilania nacional neste vídeo, que me enviou logo cedo pelo zap-zap:

Para não deixar a memória se perder, relembro a fala da presidenta no dia do seu afastamento temporário:

 “Nosso povo sabe que a história é feita de luta e sempre vale a pena lutar pela democracia. A democracia é o lado certo da história. Jamais vamos desistir, jamais vou desistir de lutar.”

Eis o vídeo:

 

 

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