por Sulamita Esteliam
A charge acima de autoria do cartunista Renato Aroreira, conterrâneo e grande frequentador deste A Tal Mineira, é alvo de censura em forma de inquérito “baseado” na Lei de Segurança Nacional. Envolve também o jornalista e blogueiro, Ricardo Noblat, que ora está de volta ao ao batalhão dos críticos deste desgoverno.
O desministro da Justiça e da Segurança Pública do desgoverno do Capiroto determinou à Polícia Federal e solicitou à PGR “abertura de inquérito para investigar publicação reproduzida no Twitter Blog do Noblat, com alusão da suástica nazista ao presidente Jair Bolsonaro”.
Melhor faria se aconselhasse o chefe a calar a boca. Liberdade de expressão não comporta asnices, nem ameaças, desatinos ou coisas do gênero. Mas comporta crítica bem-humorada ou ácida, humor sarcástico.
Quem estimula invasão de hospitais de campanha em plena pandemia é o quê?
E que nome dar a quem suprime verbas demarcadas para atender às necessidades do enfrentamento da pandemia? Apenas 39% dos recursos autorizados pelo Congresso foram aplicados nessa guerra contra o coronavírus.
Como se classifica um governante que zomba da morte, e estimula a população a desobedecer as recomendações de cuidados que evitam a contaminação?
Nesta segunda, 15 a conta da necropolítica chega a 44.918 mortos e se aproxima dos 900 mil infectados.
Enquanto isso, só no Rio de Janeiro há nove hospitais federais fora do combate por omissão do desgoverno central. O Sindicato dos Médicos daquele estado divulgou uma lista das unidades, pontuando os problemas de cada uma, com fotos. Clique para ler e ver.
A respeito da charge do Aroeira, não é a primeira vez que tentam censurá-lo. E nem será a última, porque ele vai ao ponto. Ano passado tentaram intimidá-lo também com processo, indeferido pela Justiça do Rio de Janeiro.
O cartunista usou a mesma suástica para traduzir a truculência e o autoritarismo do capiroto; foi durante a campanha eleitoral. A decisão saiu em fevereiro de 2019 e foi relatada pelo Conjur; deixo o link ao pé da postagem
A charge questionada na ocasião foi publicada no jornal O Dia, do Rio de Janeiro, onde Aroeira trabalhava. Atualmente, ele tem atuação independente, e publica suas charges nas redes e no coletivo Jornalistas pela Democracia, abrigado no Brasil 247.
É uma evolução desta outra, primeira da temática, já em 2017, quando o capiroto não passava de um deputado do baixo clero, que fazia tudo para aparecer.
Curioso que o capiroto-genocida e seu governo se incomode com a associação dos atos, palavras e omissões do personagem caricato que ocupa o mais alto posto da República do Brasil. O flerte com o nazi-fascismo é parte do histórico da figura pública que é.
Em abril de 2017, escrevi em postagem que se fez acompanhar da charge acima:
(…) e aqui digo Euzinha, segue à larga o Bolsonaro, vomitando seu preconceito, destilando seu ódio, provocando e ofendendo a quem ousa divergir de seus métodos e linguajar inqualificáveis. Indiferente ao asco que provocam seus despropósitos.
Com esse nível tornou-se mito de pessoas de raciocínio curto, incapaz de pensar no coletivo, em busca da notoriedade a qualquer preço. Como a tal Sara Gimonini, transvestida de Winter – espiã nazista com atuação na Inglaterra durante a 2ª Guerra.
Mas não só. É óbvio que a moça marrenta, que começa a semana vendo o sol nascer quadrado pelas ameaças à Suprema corte, ao menos tem coragem de se expor. Ainda que, por óbvio, ela e seu grupo dos 300 – que não passa de 20 -, é financiada por gente com poder de grana, covarde e sem pudor. De graça é que não é.
As investigações precisam mostrar quem são, e muito provavelmente são parte do mesmo grupo disseminador e garantidor de mentiras que levaram o capiroto genocida à Presidência da República e o Brasil à bancarrota e desmoralização total.
Registre-se que Aroeira não está sozinho. Dez em cada dez cartunistas planeta afora associam a figura e o comportamento do capiroto ao nazismo. Vão ter que processar meio mundo.
Em defesa dos profissionais ameaçados de processo, a ABI – Associação Brasileira de Imprensa divulga nota em que lembra algumas das barbaridades que não deixam dúvida quanto a natureza política do ser que desgoverna este país:
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